Dia Internacional da MULHER

mulher

Com a aproximação do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, ficamos pensando o que poderemos fazer para que esse dia seja de reflexão e não de comemoração.

Reflexão porque nesse dia, no ano 1909, em Nova York, 129 mulheres foram queimadas porque reivindicaram melhores condições de trabalho, sendo, uma delas a diminuição das 14 horas diárias de trabalho.

Eram feministas? Sim! Porque o termo se refere à mulher que luta pela equiparação de seus direitos civis, políticos e trabalhistas. Feminismo significa luta!

É difícil mudar a concepção pejorativa do termo quando o sistema patriarcal, que já perdura há centenas de anos, quer continuar como tal e, camufladamente, busca a conivência da mulher.

Um passeio pela História nos leva à conclusão que a participação da mulher na vida política é muito recente e, no Brasil, o direito feminino de voto só aconteceu em 1932. O acesso à cultura e à formação profissional só ocorreu na segunda década do século 20. Até o final dos anos 1950, o máximo que uma mulher cursava era o magistério, vindo depois a Faculdade de Letras e Pedagogia. Casamento e profissão eram incompatíveis. O homem era o provedor e, a mulher, do lar!

As profissionais vencedoras de hoje não devem deixar cair no esquecimento a geração que conquistou o espaço feminino. Foram várias e muito sofreram com isso. Citemos Chiquinha Gonzaga, a irreverente autora musical que desafiou os conservadores da época e foi considerada subversiva e vagabunda. Foi a primeira maestrina brasileira e, por causa das suas músicas arrojadas, teve a prisão decretada por Floriano Peixoto e as partituras queimadas.

A doutora Nise da Silveira, psiquiatra que fez a reforma psiquiátrica no Brasil, abolindo o tratamento doloroso dado aos pacientes com os eletrochoques e lobotomia. Venerada no mundo inteiro, Nise foi indicada para ter seu nome no livro “Heróis e Heroínas do Brasil”, mas foi vetada por um ex-presidente. Outra grande mulher, que só é conhecida como sambista, foi Dona Ivone Lara(foto). Formada em enfermagem, foi o braço direito da doutora Nise da Silveira. Procurava as famílias dos internos e mostrava como melhorar a saúde mental do parente. Esse lado edificante de Dona Ivone poucos conhecem.

Bertha Lutz, a primeira deputada federal a defender a equiparação dos direitos civis das mulheres. Jerônima Mesquita que lutou pelo voto feminino e conseguiu construir o Hospital Pro Matre para atender gestantes pobres que davam seus filhos à luz nas calçadas, sem nenhuma assistência.

Nísia Floresta, a educadora que derrubou teses masculinas e denunciou preconceitos, foi odiada e perseguida pelos conservadores.

Anita Malfati, a revolucionária da Semana da Arte Moderna de 22 e outras.

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Muitas mulheres merecem destaque nesse caminho árduo que empreenderam. Se, atualmente, temos direitos, lembremo-nos das vanguardistas que foram atacadas e chamadas de feministas vagabundas.

LEIA O ARTIGO DE LUIZ ALBERTO CARLOS – MPB: MULHER PRETA BRASILEIRA(RIDICULARIZADA)

Hoje, além de profissionais competentes, muitas mulheres são esteios familiares, tendo, geralmente, dupla jornada de trabalho. Nada de “atrás de um grande homem há sempre uma mulher.”

Que os dias dedicados à mulher sirvam para reflexão e homenagem a essas lutadoras, começando pelas 129 trabalhadoras que morreram queimadas em busca de melhores condições de trabalho!

Viva a mulher feminista que visa a equiparação dos direitos civis, políticos e trabalhistas!(Foto: Portal Brasil/Agência Brasil)

JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.

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