Os NATAIS da minha infância. Que saudade…

natais

Confesso meu saudosismo. Exacerbado nos últimos tempos, diante do espetáculo surreal em todos os setores. Mas neste Advento, a lembrança dos Natais de minha infância chega a doer, de tão presente e tão enternecedora.

Tudo começava com os preparativos para a montagem do presépio. Buscar serragem na marcenaria. Tingi-lo de verde. Encontrar uma fórmula de esconder os vasos com plantas ornamentais que minha mãe preparava. Quando surgiu o “papel pedra”, essa etapa foi bem resolvida.

Contemplar os presentes singelos que surgiam nas vitrines das casas comerciais das quais se conhecia o dono e se comprava “com caderneta”.

Na véspera, a “missa do galo” que era à meia-noite mesmo. Como não dormíramos à tarde, o sono chegava durante as celebrações. Uma lembrança recorrente é o encontro da face com a coluna granítica gelada. E um acordar imediato, que duraria até o próximo cochilo.

Volta à casa e o sono confortador e esperançoso. Pois a festa familiar era no dia 25. Dia de Natal. Presentes simples, mas envoltos em carinho. A avó materna que mimava o neto primogênito. A porção de primos. A visita ao presépio da Igreja próxima à casa dos avós, que era outra.

Nos Natais da minha infância tudo era muito simples, mas muito genuíno. Não havia beberagem, excesso de comida, excesso de compromissos, os presentes obrigatórios, da formalidade que o mercado impôs. Com o esquecimento do verdadeiro sentido de Natal, que é aniversário do Menino Jesus.

Ele é que merece parabéns com um honesto e compungido pedido de perdão. O que fizemos com o dia de seu aniversário?

Que haja, na azáfama das compras, dos compromissos e das requisições, espaço para uma reflexão. Qual o significado do Natal, da chegada de Cristo em nossas vidas?

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Estamos fazendo por merecer esse mistério da encarnação na miserável condição humana de um Deus cujo amor O levou a tal provação? Somos amigos de Jesus e de sua mensagem ou nos tornamos, às vezes até involuntariamente, mais um espinho em sua coroa?

Feliz e Santo Natal a todos. Lembremo-nos: Natal não é festa laica ou pagã! É festa cristã! Façamos jus a ela, já que nos autodenominamos cristãos.(Foto: Museu de Arte Sacra de São Paulo/Agência Brasil)

JOSÉ RENATO NALINI

Secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, desembargador Aposentado, reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista

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