Assunto de Natal são diversos, prefiro sempre os que estão voltados para os acontecimentos de Belém. A moça mora sozinha. Tem o seu canto repleto de encantos próprios. Há flores, plantas ornamentais e medicinais… Em todas as épocas do ano, alguma flor se abre, principalmente as rosas amarelas. A primeira foi presente para nossa inesquecível mãe.
As meninas conhecem a moça de conversa na calçada. Gostam dela. Conversa bastante e dá conselhos. Lembra-lhes a avó. Foi a moça que lhes ensinou a fazer pulseiras de crochê. Ganharam linha de inúmeras cores e chegam a vender o seu trabalho por um real na escola. Bala ou pirulito garantido.
Na semana passada, em um dia de calor intenso, foram à casa da moça. As duas com sacolinha nas mãos. Envergonhadas, disseram o motivo de estar lá. Desejavam se refrescar em sua piscina. A moça achou o máximo e eu também. Explicou-lhes que a casa não tinha piscina. São dois quartos, banheiro, cozinha, sala e quintal pequeno. Contaram que ouviam o barulho das águas. Levou-as para visitar o espaço. Aquilo que ouviam era o cacarejar no galinheiro.
Admiraram-se. Tinham certeza de que eram águas em movimento. Talvez sonhassem com o mar que conhecem de fotos e vídeos.
Para que não saíssem com as mãos vazias, a moça lhes propôs irem além da correntinha das pulseiras.
Nem todos os natais da moça foram bons. Em alguns passou na solidão da rua, perdida em suas próprias emoções. Sentiu-se bem em proporcionar às meninas algo que pudesse fazer com que se lembrassem que o dia 25 de dezembro, Natal, foi feliz.
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Aprenderam a fazer com ela uma espécie de estrela. Gostaram tanto que fizeram inúmeras com linha dourada. Havia uma ternura, uma pureza, um brilho diferente nelas. Depois, as dependuraram em um fio azul. Eram tantas que o fio passou pela porta da sala, atravessou o jardim da frente, seguiu pela rua. Foi, foi, foi… De repente, repararam no casal que passava apressado do lado deles. Sorriram com meiguice para elas. A mulher esperando um filho. Prosseguiram em direção a uma casa abandonada. A noite fechou. Preocupadas com que ficassem no escuro, envolveram o local com o fio de estrelas e do Céu se ouviu: “Bendito os puros de coração porque verão a Deus” (Mateus 5, 8). Feliz Natal, gente querida! (Foto: Youtube)
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
É professora e cronista
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