Novos calçados para aliviar os PÉS CANSADOS

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30 de abril de 2022

Com leveza, seguimos para Barra, um lugar na Serra da Mantiqueira que amo, no caminho tem cachoeiras com águas cristalinas onde o cão peregrino por mais cansado que ele esteja, ao brincar nesta água límpida se renova. Quanto a mim, tinha um problema: precisava de novos calçados.

É um tipo de caminho onde ninguém passa, somos abraçados pela floresta e ser ar úmido, da para ouvir a natureza, e é um ótimo lugar para meditar. Neste dia, ipês amarelos estavam floridos, suas flores também formavam um lindo tapete dourado. Faltavam poucos quilômetros para reencontrar a Joelma e o João, donos da pousada em Barra, distrito de Andradas, em Minas. Foi aí que um novo desafio surgiu. Minha bota de caminhada, amiga de várias aventuras, soltou seu soldado de uma forma que não daria mais caminhar com ela. Tive que tirá-la e seguir, e isso me preocupou, seria muito difícil continuar sem ela. Eu precisava de novos calçados urgentemente. Pendurei as botas na mochila, segui devagar para não me machucar agora usando um par de crocs. Agradeci por tê-lo trazido.

Ao chegar na Joelma, vc se depara com o paraíso, um riacho passa em frente ao sítio, tem uma ponte logo na entrada, uma casinha caipira rodeada pela Serra, barulho de água e uma recepção amorosa. Lá eu contei sobre o que aconteceu com meu sapato de trilha, eles olharam e não teria como arrumar.

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Mais tarde, no jantar, a Joelma apareceu com um bom tênis e me ofereceu. “Veja se serve!”, disse ela. E serviu perfeitamente. A Joelma sorriu e me contou a história. Certo dia, ao limpar debaixo das camas da pousada, ela encontrou este tênis. Um peregrino havia esquecido. Ela o guardou na esperança do dono aparecer. Isso já tinha seis e quando ela viu o que aconteceu comigo percebeu que guardar o tênis tinha feito todo sentido. O sorriso da Joelma ao ver que serviu para mim foi contagiante e assim e agradeci e pude seguir o caminho com a certeza que tinha recebido mais um presente.