167 ton/ano de ÓLEO no esgoto: Água mais cara e entupimentos

óleo

De acordo com a Companhia de Saneamento de Jundiaí, que opera a Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí, no ano passado quase 167 toneladas de óleo de cozinha foram retiradas do sistema. Por mês são cerca de 14 toneladas. Recentemente, a DAE fechou parceria com o programa ‘Óleo do Bem’. A partir de agora, o óleo de cozinha será coletado e reciclado. Aproximadamente 50 pontos de entrega serão espalhados pela cidade. Para cada litro entregue, o morador receberá uma barra de sabão ecológico produzido a partir da reciclagem do produto feita pela ONG Óleo do Bem. A iniciativa busca diminuir os problemas causados pelo descarte inadequado do óleo de cozinha, que pode levar ao entupimento de tubulações, retorno de esgoto, poluição dos cursos d’água e do solo, além do aumento dos custos de coleta, afastamento e tratamento do esgoto. “Essa é uma ação principalmente de conscientização. Iniciativas como essa são fundamentais para a preservação dos recursos hídricos”, destacou o presidente da DAE, Luiz Roberto Del Gelmo.

O óleo de cozinha usado não é biodegradável em condições normais de tratamento biológico de esgoto, como acontece em Jundiaí. Diferente da matéria orgânica comum, que pode ser degradada por microrganismos, o óleo forma uma barreira que dificulta a ação biológica. Como resultado, a presença do produto no esgoto reduz a eficiência do tratamento, fazendo com que parte dele acabe chegando aos corpos d’água sem remoção adequada.

Quando o óleo é lançado nos rios junto com o efluente tratado, ele pode gerar diversos impactos ambientais, com formação de películas na superfície da água, reduzindo a troca gasosa e dificultando a oxigenação do ecossistema aquático; ameaça à vida aquática, pois essa camada oleosa pode sufocar organismos que dependem do oxigênio dissolvido na água; alteração da qualidade da água, comprometendo a potabilidade e tornando mais cara a captação e o tratamento para consumo humano e aumento da poluição difusa, já que o óleo pode carregar outros contaminantes e dificultar a degradação de poluentes no ambiente. O descarte inadequado do óleo afeta não só a tubulação e as estações de tratamento, mas também compromete a qualidade dos recursos hídricos.

O tratamento de esgoto em Jundiaí é feito através de microorganismos. Não utiliza produtos químicos. A remoção do óleo é manual, sendo que a equipe utiliza serragem para essa remoção. Por ano são utilizadas 14 toneladas de serragem neste processo. O óleo de cozinha torna todo o processo de tratamento mais lento. Além disso, também pode gerar uma decantação prolongada, aumentando o tempo e o custo do tratamento.

Ao jogar óleo na pia da cozinha, os moradores aumentam os custos do sistema de tratamento, o que pode refletir na conta de água e esgoto. Se a população adotasse práticas corretas de descarte, haveria uma redução nos gastos com manutenção da rede coletora e das estações de tratamento. Isso permitiria direcionar os recursos economizados para a expansão e modernização da infraestrutura de saneamento, beneficiando toda a sociedade.

A DAE não sabe informar de quanto seria a economia uma vez que existem outros fatores que também influenciam os custos operacionais, como o descarte irregular de lixo na rede de esgoto e a conexão indevida de águas pluviais ao sistema. Esses problemas também aumentam significativamente os gastos com manutenção e tratamento.

Prejudicando as próprias casas – Quem despeja óleo de cozinha na pia não só está comprometendo o tratamento de água e o meio ambiente. A prática também prejudica a tubulação da própria casa. O produto adere às paredes internas dos canos, formando crostas de gordura que reduzem a passagem do esgoto e podem causar entupimentos severos. Com o tempo, as crostas endurecem e se tornam difíceis de remover, podendo exigir serviços de desentupimento mecânico ou até substituição de trechos da tubulação. 

O pó de café, que muitos acreditam ter a capacidade de desentupir os canos, agrava o problema. As partículas do pó se acumulam na tubulação, aderindo à gordura e outros resíduos já presentes, formando uma pasta densa. O resultado é entupimento e até vazamento nos poços de visita. Nas lagoas de decantação, o pó de café aumenta a carga de sólidos suspensos, interferindo no processo e exigindo maior remoção de resíduos. A quantidade de lodo a ser tratado e descartado aumenta, assim como o custo de tratamento. (Fotos: ONG ‘Óleo do Bem’)

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES