Em iorubá, a saudação Atoto Ajubero respeitosamente destinada ao orixá Omulu, tem traduções separadas e distintas, mas são pronunciadas unidas para justificar a definição e originalidade da sua autoria.
Atoto pode ser ‘respeito’ ou ‘silêncio’ e Ajubero , ‘o dono da terra chegou’ ou ‘o médico está presente’. Omulu é um orixá considerado nas religiões de matrizes africanas, por sua condição de tratar com cura(um médico) inclusive considerado o protetor desta classe. Nos hospitais tem sempre uma figura de uma enfermeira com o dedo indicador na frente da boca, que é o sinal que indica o silêncio.
Omulu é sistemático e perseverante. No Candomblé é ligado ao Sol, por isso usa o fila, cobertura de palha da costa. Na Umbanda, Omulu é o chefe da falange das almas ou Pretos Velhos. No panteão dos orixás, muitas destas divindades têm comportamentos semelhantes. Raiva, inveja, e paixão, podem ser alguns sentimentos perceptíveis na apreensão das narrativas míticas que constroem um universo de significados destas entidades.
Em contraponto a essa faceta humanizada,existem outros orixás detentores de poderes que reforçam uma relação de distanciamento e muitas vezes vezes o temor. Na condição de orixá das doenças, Omulu é visto com muito cuidado pelos praticantes das religiões afro-brasileiras, pois ter poder de dominar os territórios da cura e da enfermidade. Orixá masculino da geração, recebe na África os títulos de Obaluaye (rei dono da terra) e Omulu (filho do Senhor). No Brasil associa-se Obaluaye a manifestação “jovem” e Omulu a manifestação de “ancião” do mesmo orixá.
Omulu é muito respeitado por ser o orixá que comanda a morte e pune os malfeitores, os insolentes e todos aqueles que desrespeitam a vida, com terríveis doenças. Omulu é também o senhor absoluto de todos os espíritos encarnados (eguns) mas, devido sua grande estima por Yansã, resolveu compartilhar com ela sua autoridade e poder sobre estes espíritos. Não se deve ter medo de Omulu pois sendo o “Senhor” da morte, é o grande protetor da vida, sendo aquele que controla as doenças, traz em si o poder de afasta-las, sendo o “Rei dono da terra”, se alegra em vê-la prosperar.
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O homem sábio tem, na morte, uma grande mestra e aliada que ensina o incalculável valor de cada dia de vida nesta terra. Viver grandes amores, realizar sonhos, saber apreciar cada sopro de respiração e cada bocado de alimento, criar filhos com amor. Tudo isso impulsiona o ser humano a acalentar e realizar grandes projetos a cada dia. Assim o ser humano que da valor a cada dia e vive intensamente, invariavelmente, prospera e concretiza grandes coisas no mundo. Pessoas assim não temem a morte de forma alguma, pois para elas, está assemelha-se ao descanso bem-vindo ao final de um dia bem trabalhado, bem realizado. Procuram atingir todas as metas possíveis, pois a ninguém é dado saber quantos dias mais terá sobre a Terra. Não se pode ter tudo na vida. O que torna uma pessoa grande é a sua sensibilidade sem tamanho e as realizações pessoais.

LUIZ ALBERTO CARLOS
Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.
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