Brasil na tribuna da ONU

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Chefes de Estado esperam o ano inteiro pelo grande momento: discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. É uma oportunidade rara de ficar à mercê da mídia mundial e ver o seu discurso reproduzido ou noticiado em espaços jornalísticos de todo o mundo. Até mesmo os países rivais e inimigos prestam atenção no que é dito nos discursos da ONU. Os analistas sabem que o que chefes de Estado dizem não é escrito por eles. No máximo, como dizem os jornalistas especializados, dão um pitaco aqui e outro ali. Não é preciso prática nem habilidade, como dizem os vendedores ambulantes de guarda-chuva em dia de garoa. Basta ler o que os apresentadores da TV chamam de TP – o salvador teleprompter. Para isso, é preciso praticar a leitura com a assessoria, de modo que possam enganar o público que acredita estarem falando de improviso. Há que tomar cuidado com as palavras não usuais e estrangeiras. Um escorregão vira meme na internet.

A Organização das Nações Unidas é bancada por seus membros. Os mais ricos dão contribuições maiores, como os Estados Unidos. Pelo menos uma dezena de países sonham em fazer parte do conselho de segurança como membro permanente, inclusive o Brasil. Dá direito a veto nas decisões, coisa que os demais integrantes não têm. E para ser membro é preciso ser potência militar internacional, possuir arsenal atômico e de vez em quando ameaçar lançar mão dele como prova de superioridade política e bélica. Mas a ONU existe com o intuito de evitar que o mundo caia em uma Terceira Guerra mundial, considerada pelos sábios como a última. Em outras palavras, o fim da humanidade, haja vista que os arsenais nucleares têm poder para destruir o planeta várias vezes. Isso aumenta, na visão dos países pacifistas, a importância de se ter uma organização mundial e que reúna, pelo menos uma vez por ano, todos os lados, aliados ou inimigos.

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O representante do Brasil tem como tema do seu discurso o Estado de Israel. A oportunidade é de lançar o país no cenário internacional. O ex-ministro das relações exteriores e atual chefe da delegação brasileira é Oswaldo Aranha, eleito para ser o presidente do segundo mandato da Assembleia Geral das Nações Unidas. No mundo pós-guerra, com o início da Guerra Fria entre a União Soviética e os Estados Unidos, o papel da ONU é fundamental. Não pode repetir o fiasco da Liga das Nações, criada após a Primeira Guerra mundial para impedir que o mundo caísse em um segundo morticínio. Caiu. Aranha é o representante do Brasil, uma vez que os discursos na Assembleia são feitos por chanceleres diplomatas e não políticos que querem aparecer diante da mídia nacional, acompanhado de um séquito de uma centena de convidados cujas despesas são bancadas pelos mais pobres a quem prometem ajudar. Osvaldo Aranha tem postura de estadista reconhecida internacionalmente e, em 1947, é um dos responsáveis pela criação do Estado de Israel. (Foto: Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil)

HERÓDOTO BARBEIRO

Heródoto Barbeiro é professor, âncora do Jornal Nova Brasil, colunista do R7, apresentou o Roda Viva na TV Cultura, Jornal da CBN e Podcast NEH. Tem livros nas áreas de Jornalismo, História. Midia Training e Budismo. Grande prêmio Ayrton Senna, Líbero Badaró, Unesco, APCA, Comunique-se. Mestre em História pela USP e inscrito na OAB.  Canal no Youtube Por Dentro da Máquina, www.herodoto.com.br

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