ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA também é nova política

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

Como muitos sabem, neste ano assumi a presidência do PSDB em Jundiaí. Além de buscar renovação nas formas de dialogarmos e estreitarmos os laços do partido, acredito que seja um caminho necessário neste momento de descrença, frisarmos a importância da existência dos partidos e de seu funcionamento adequado. Organização partidária também é nova política, seja de modo financeiro independente ou pelas estruturas bem definidas entre militantes e lideranças. Como qualquer instituição, temos que respeitar a lei, para assim, sermos respeitados.

Digo isso após ter conhecimento da aprovação do texto-base, na Câmara Federal, de projeto de lei que anistia partidos políticos de multas aplicadas pela Justiça Eleitoral. A propositura ainda livra os partidos de sanções por descumprirem o porcentual mínimo de financiamento de candidaturas femininas em 2018, fixado em 30%. Ora, se queremos fazer frente ao desgaste e descrença relacionados ao sistema partidário, não podemos aceitar esse retrocesso. Os partidos, como entidades privadas, devem arcar com suas responsabilidades, sem qualquer interferência política que os privilegiem, sem essa articulação feita nas bases do parlamentarismo. Se há multa por parte de uma instância superior, houve motivos para penalização aplicada e, portanto, há razões para que sejam arcadas.

Sabemos que os partidos têm enfrentado dificuldades em financiamento, mas temos que modernizar nossa relação com quem, pela própria vontade, queira estar vinculado a uma legenda e, assim, contribuir. Temos que retomar o idealismo em princípios e, assim, incentivarmos nós mesmos a bancarmos nossa ideologia em modos práticos para a disputa de pleitos que naturalmente é importante para a existência das siglas. Temos que voltar ao espírito de seriedade da época da redemocratização, quando surgimos como agremiações para pensar de fato o Brasil que queríamos, ou seja, em que partidos foram criados com propósito, não como empresas somente.

A questão financeira é necessária como para qualquer instituição que precise se bancar, porém, se voltarmos a nos atrelar a princípios, evitaríamos a conotação comercial que se coloca hoje a algumas legendas e não levaríamos ao Legislativo uma proposta totalmente inadequada neste momento.

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A população espera, como nunca, justiça e sinceridade. É o que devemos oferecer. Se houver problemas, que possamos nos regularizar e não levar à discussão na Câmara Federal que deveria, neste momento, tratar do desemprego que ainda nos aflige e das reformas, de fato, necessárias. (Ilustração: www.salesianos.com.br)


FAOUAZ TAHA

É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas eleições de 2016. Tem 30 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes


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