Em 2016, antes mesmo de ser eleito vereador, encabecei na cidade um abaixo-assinado de apoio às 10 medidas anticorrupção elaboradas pelo Ministério Público Federal. Conseguimos 3 mil assinaturas de Jundiaí enviadas a Brasília. Em 2017, já com mandato, consegui aprovar moção de apelo de minha autoria pela aprovação integral do mesmo pacote na Câmara Federal, o que infelizmente não vimos acontecer – pelo contrário, as medidas receberam 13 destaques de partidos que desfiguraram sua função original. Para além de concordâncias ou divergências, temos hoje um novo presidente eleito, cujo futuro ministro da Justiça, o juiz Sérgio Moro, afirma querer retomar as medidas com algumas modificações. Escrevo, portanto, para pedir seriedade ao pacote anticorrupção e que, de fato, ele possa ter alguma eficiência.
Acredito que mesmo com as diferenças evidentes de parte do meu partido e minhas também com o presidente eleito, as quais respeito, vivemos a democracia e temos que respeitar também os resultados dela. Assim, minha forma de respeito será justamente acreditar no que declaram com boas intenções, mas também cobrando que alguns princípios defendidos pela futura nova gestão de fato saiam do papel.
O pacote anticorrupção respondeu fielmente a um clamor da sociedade, com apoio de mais de 2 milhões de assinaturas. Em sua essência, ele traz medidas combativas a contextos que já não toleramos mais como abuso de autoridade, enriquecimento ilícito de servidores ou agentes políticos, caixa 2, e tantas outras ações que tipificam corrupção, hoje, porém, levadas para debaixo do tapete. O pacote ainda previa meios de evitar e fiscalizar tal realidade como o confisco de bens, teste de integridade, criação de programa de proteção a quem relatasse alguma evidência de crime. Porém, justamente esses quesitos que cito foram modificados no Congresso e, não podemos esquecer: foram também rejeitados por muitos deputados que, hoje, compõem a base governista de Jair Bolsonaro, como relata reportagem recente do jornal A Gazeta do Povo.
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Portanto, há contradições a serem observadas. Temos que torcer pelo Brasil, parabenizar a nomeação de Sergio Moro, caso ela venha para de fato nos servir, servir a população e aos pedidos por honestidade e combate real à corrupção. Inicialmente, o juiz afirmou que retomaria as medidas como foram feitas em sua origem. Hoje, o noticiário já nos mostra entraves e um discurso diferente. Portanto, vamos torcer e pedir coerência para que o pacote não morra mais uma vez na praia.
Sou favorável às medidas, à justiça e a uma política limpa. Por isso, reforço que torço pelo meu País e para que os futuros ministros e presidente levem com seriedade a proposta que nos fazem de dar à corrupção trancas e portas. Que possamos ver o pacote ter eficácia e respeito por parte de todos. (Foto: blogs.iadb.org)
FAOUAZ TAHA
É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas últimas eleições municipais de 2016. Tem 29 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes
