Foi uma semana de tantas decepções políticas, de tantas tramoias do Governo atual para “blindarem” seus aliados que resolvi escrever sobre algo leve. Algo que funciona, em Jundiaí: o Poupatempo e o Parque da Cidade.
O Poupatempo é de uma eficiência europeia. Precisei trocar o RG porque, após dez anos, se eu quiser viajar no Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai etc) eles exigem esse tempo máximo de expedição da Carteira – e quero ir a Mendoza, terra dos vinhos Malbec, proximamente, evidentemente para tomar seus vinhos.
O que há de ruim, já ressalvo, é o estacionamento ainda esburacado (mas melhorou) e a incrível falta de uma máquina xerocopiadora dentro do lugar. É preciso atravessar a avenida Ferroviários para tirar cópias, mas acredito que esse problema possa ser solucionado facilmente. Fica a sugestão ao Luiz Fernando.
De resto, é tudo de uma excelência que impressiona quem está acostumado com as repartições feias, acanhadas e tristes da burocracia pública. Tudo bem iluminado, bonito, com gente que atende de maneira educada, polida e sorridente, inclusive com as pessoas mais humildes, como percebi claramente. Em uma hora resolvi tudo e com a promessa do documento pronto em cinco dias úteis, quando antigamente – ainda lembro bem – seu envio demorava até sessenta dias.
E não é só isso: a estrutura montada permite que tudo seja resolvido lá mesmo, sem as intermináveis idas e vindas para complementar documentação ou pagar taxas e impostos. Além de tudo, sanitários limpos, com bebedouros e telefones públicos à disposição. Show.
Já o nosso Parque da Cidade continua lindo. Estrutura que jamais decaiu, limpeza ótima, lugar para gente de qualquer idade e qualquer condição social, o que é muito importante, principalmente para quem não tem condições financeiras para frequentar um clube pagando mensalidades. Lugar democrático e ponto de encontro para várias atividades. Dois lugares, enfim, que são exceções à regra de que os serviços e locais públicos não funcionam. Estes funcionam e muito bem! Um bálsamo diante de tanto descalabro social e político, que nem me animei a recordar neste artigo. Boa semana!
CLÁUDIO ANTONIO SOARES LEVADA
Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Mestre/USP e Doutor/PUCSP em Direito Civil. Professor e Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica do Unianchieta. Professor da Pós-Graduação da PUCSP em Direito Civil. Diretor Jurídico da Associação Paulista dos Magistrados.