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Parimoschi pode ser candidato se TSE convocar nova eleição

parimoschi

O destino de José Antônio Parimoschi(PL) deverá ser decidido até dezembro, quando acontecerá a diplomação dos prefeitos eleitos. Derrotado no segundo turno na disputa pela Prefeitura de Jundiaí, ele deixa claro que a eleição ainda não acabou. O mais votado no último dia 27, Gustavo Martinelli, tem a candidatura sub judice e quem decidirá se ele assumirá ou não é o Tribunal Superior Eleitoral(TSE). Em São Paulo, o Tribunal Regional Eleitoral(TRE) já tinha impugnado Martinelli e, caso não seja empossado, quem assumirá a Prefeitura no dia 1º de janeiro será o novo presidente da Câmara. Jundiaí, então, poderá ter novas eleições e Parimoschi pensa em concorrer novamente. Leia a entrevista com ele:

Parimoschi, o senhor teve mais de 104 mil votos no primeiro turno. No último domingo, o senhor teve 87.832 votos. Já tem um diagnóstico sobre o resultado?

Primeiro, quero agradecer às pessoas que confiaram a mim os mais de 104 mil votos. Quero agradecer a cada eleitor por ter confiado nas propostas que apresentamos para Jundiaí avançar. Em relação ao resultado, devo dizer que foi a eleição mais suja que já vi em Jundiaí, com o adversário lançando fake news e mentiras, especialmente no segundo turno. Uso de redes sociais com mentiras e ofensas, inclusive no rádio, além da distribuição de material apócrifo durante à noite… tudo isso levou informação mentirosa às pessoas e afetou a avaliação que o eleitor fez sobre a minha candidatura. O fato é que, legalmente, Jundiaí está sem prefeito eleito neste momento. Não sou eu quem diz isso, é a Justiça Eleitoral. Quem teve numericamente a maior quantidade de votos, que foi o Martinelli, está sub judice. O que significa? Que ele tem uma pendência com a Justiça Eleitoral, que é quem define todas as regras para a disputa e quem promulga o resultado final da eleição. Em razão dessa condenação, os votos obtidos pelo adversário estão anulados. E nós alertamos durante todo o processo eleitoral. Para que o candidato esteja apto, ele precisa comprovar que não tem nenhuma condenação em órgão colegiado da Justiça. Como o candidato adversário tem essa condenação de 7×0 no Tribunal Regional Eleitoral, por improbidade administrativa e mau uso do dinheiro público quando era presidente da Câmara Municipal, ele segue inapto, de acordo com a Justiça Eleitoral. Eu estava com minha ficha limpa para disputar, já que apresentei todas as certidões exigidas pela justiça e comprovei que não tenho nenhuma condenação e nenhum processo tramitando, contrariando as fake news.

O que faria de diferente no período de 7 a 26 de outubro?

Eu apresentei propostas, nós fizemos uma campanha limpa e fomos propositivos. Tivemos mais de 104 mil votos no 1º turno. No 2º turno, a cidade foi invadida. Os nossos adversários trouxeram até milicianos que foram, inclusive, presos no dia da eleição fazendo boca de urna e armados dentro de escolas. Isso tem boletim de ocorrência registrado na Polícia. Fake news, por exemplo, “Parimoschi em lista de propina” ou “Parimoschi desviou 1 milhão de reais da Prefeitura”. Esse é o caso mais emblemático. Nós tivemos uma servidora, de carreira, concursada e nomeada tesoureira, em razão da sua experiência, mas que fez um desvio de recursos de quase R$ 1 milhão para a sua conta pessoal. Nós descobrimos o desvio e ela, após ser ouvida e se defender, foi exonerada do cargo e vai ter que devolver esse valor que foi subtraído dos cofres da Prefeitura. Ela está inclusive respondendo na justiça por isso. A narrativa da campanha mentirosa do meu adversário tentou macular a minha trajetória de vida pública e induziu o eleitor ao erro.

Deverá retomar a Unidade de Gestão de Governo e Finanças, Parimoschi?

Vou encerrar o período de governo na Prefeitura de Jundiaí em 31 de dezembro com o prefeito Luiz Fernando. Volto para a Unidade de Gestão de Governo e Finanças nesse período, pois temos equipamentos importantes para serem entregues como o PA da Vila Progresso com o Centro de Especialidades, o Centro Integrado de Emergência e Segurança (CIES), na Vila Rami, e também o Centro de Excelência do Basquete, que vai virar um grande centro esportivo junto a uma praça Espaço Família e PET. Então, veja, temos compromissos com a população. É assim que sempre pautei meu trabalho em todos esses anos de vida pública: transparência e resultado.

O grupo político ligado ao senhor elegeu 15 dos 19 vereadores. Eles deverão fazer oposição sistemática a Martinelli, caso ele assuma a Prefeitura?

O presidente da Câmara, inclusive, pode ser o próximo prefeito interino. Nós fizemos 15 dos 19 vereadores. Então é natural que eles se posicionem como oposição, caso Martinelli assuma a Prefeitura, o que não é o caso agora, pois ele segue impugnado e com votos anulados sub judice. Então, se não tem prefeito eleito até agora e se o processo não for julgado até a diplomação, que está prevista para o dia 19 de dezembro, naturalmente esse prefeito que ficou numericamente à frente, não será empossado. E quem assume interinamente a Prefeitura é o presidente da Câmara Municipal, até que novas eleições sejam convocadas pela Justiça Eleitoral.

No que depender do senhor e do PL, provocarão a Justiça Eleitoral até Martinelli ter a candidatura considerada impugnada? Ou não pretendem fazer nada?

O processo já está correndo na Justiça, tanto que a chapa Martinelli e Ricardo perdeu por 7×0 no Tribunal Regional Eleitoral. Todos os juízes decidiram que ele não estava apto para disputar a eleição. Então, estamos aguardando a decisão final da Justiça Eleitoral.

Se, por ventura, Jundiaí tiver uma segunda eleição, será candidato novamente, Parimoschi?

Penso que sim. Eu estou apto a disputar, conforme os critérios definidos pela legislação eleitoral.  Então, há essa possibilidade, sim. Mas isso será conversado com o grupo político, se essa situação se concretizar.

Qual é o seu plano B? Pode ir para o Governo do Estado?

Eu tenho a alternativa de continuar aqui na gestão pública servindo ao meu país, ao Estado e à minha cidade. Foi assim que pautei a minha vida durante os 29 anos de carreira no serviço público. Eu tenho agora um ativo político importante formado pelas pessoas que votaram em mim e eu preciso corresponder a essas expectativas. Saí de 2% para 48%, então tive uma votação expressiva. Por outro lado, também há uma possibilidade de ir para a iniciativa privada. Os próximos dois meses serão definidores para a minha trajetória política e para minha carreira profissional. Mas eu garanto que continuarei trabalhando por Jundiaí onde quer que eu esteja. E eu não abro mão de defender aquilo que eu acredito, que é o serviço público transparente, eficiente e cada vez melhor disponível à população.

O senhor conversou com Martinelli?

Não conversamos, até porque é necessário que a Justiça Eleitoral proclame o resultado final da eleição.

Mesmo derrotado, o senhor conseguiu se tornar mais conhecido da população de Jundiaí e ganhou uma quantidade de votos considerável. Pretende se candidatar a deputado daqui dois anos?

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos. E aí vamos conversar com o nosso time político para saber quais serão os próximos passos. Tudo tem o seu tempo.

Parimoschi, faça um balanço do seu trabalho na Prefeitura ao longo dos últimos oito anos…

Nós tivemos um trabalho importante a partir de 2017. Nós recuperamos a cidade, que estava quebrada, o Hospital São Vicente ia fechar, enfim, reorganizamos a cidade e demos rumo pra ela. Eu ajudei o prefeito Luiz Fernando a dar direção para Jundiaí e hoje ela é uma das melhores cidades do Brasil para se viver, com uma saúde de qualidade, educação de ponta, política da infância, uma segurança que é eficiente e que está sendo muito melhorada, entre outras políticas públicas. Mas note que só isso não foi suficiente. A onda de fake news foi superior à capacidade de mostrar tudo o que evoluímos enquanto cidade nos últimos anos. Quando chegamos, não tínhamos três Clínicas da Família e a rede de Prontos Atendimentos que temos hoje, na Ponte São João, Vila Hortolândia e Novo Horizonte. E ainda teremos o quarto equipamento até o final do ano, na Vila Progresso, que é Centro de Especialidades e PA. Nenhum equipamento desse existia antes de 2017. Nós ampliamos a oferta de serviços de saúde. A nossa educação é uma das melhores do Brasil, com o IDEB de 7,1. E eu estava propondo a escola bilíngue, a municipalização do segundo ciclo, investimentos significativos em mobilidade urbana… tudo o que propusemos era nessa direção. Então, trabalhei bastante e continuarei trabalhando em prol da minha cidade, que é Jundiaí. Cidade que eu amo e que aqui construí a minha vida e minha família.

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