No caminho de volta encontramos um moço que dirigia um trator. Boa tarde, dissemos a ele. Alguns minutos depois, mais pra frente, um carro passou e parou por nós. Depois de conversar com as
mulheres que rezaram por nós, eu já estava em modo alerta! Do carro saiu um jovem. Pensei comigo mesmo: “eu o conheço. Ele lembrou que há pouco tínhamos nos cumprimentado. “Sou o mesmo do trator. Agora vim cuidar das minhas vaquinhas, ver se está tudo bem com elas”, disse. Eu só queria mesmo apertar o passo e repetia para o cão peregrino:
Pê, vamos tirar o atraso…Depois de um longo tempo o bambuzal chegou. Fiquei aliviada já que nem parecia tão assustador. Mulherada medrosa, pensei! Mas melhor prevenir né? Então passamos rapidinho pelo lugar famigerado. O percurso nem foi tão longo. Assim que passamos o bambuzal comemorei com o cão.
Toca aqui, Pê!!!E logo à frente vinha uma bifurcação daquelas! Esquerda ou direita? Vamos pra esquerda! Andamos 500 metros e nada de flechas para trás. A sinalização do
Caminho da Fé tinha desaparecido. Hora de pedir socorro ao mapa no
Wikiloc. Mas o telefone estava sem sinal e com apenas 1% de bateria. Pê, vamos pensar, disse ao cão. Olhei para os postes e percebi que eram novos. “Será que trocaram todos os postes e as setinhas amarelas de sinalização foram embora junto com os velhos? Faz sentido né, Pê?
Ao lado da estradinha de terra tinha um lindo riacho. Era a prova de que estávamos no caminho errado. Eu não me lembrava deste córrego. Aliás, como poderia esquecer dele? De repente escuto o barulho de algo caindo nas águas cristalinas do riacho. Era o cão peregrino mergulhando nele, se refrescando. Não demorou muito ele saiu do riacho e voltou a me acompanhar. Seguimos um pouco mais para frente e vimos uma fazenda, um casarão e uma roda d’água. Agora era certo que estávamos no caminho errado. Decidi voltar.Andamos dois quilômetros no sentido oposto até chegar a bifurcação novamente. Dois para ir, dois para voltar. E eu fazia as contas nos dedos. Seguimos pela estrada da direita e um quilômetro à frente apareceu uma setinha apontando para o Caminho da Fé. Repeti para o cão: Pê, vamos tirar o atraso e prosseguir no sentido contrário…
VALÉRIA GONÇALVESÉ repórter-fotográfica e se descobriu peregrina em 2016
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Ao lado da estradinha de terra tinha um lindo riacho. Era a prova de que estávamos no caminho errado. Eu não me lembrava deste córrego. Aliás, como poderia esquecer dele? De repente escuto o barulho de algo caindo nas águas cristalinas do riacho. Era o cão peregrino mergulhando nele, se refrescando. Não demorou muito ele saiu do riacho e voltou a me acompanhar. Seguimos um pouco mais para frente e vimos uma fazenda, um casarão e uma roda d’água. Agora era certo que estávamos no caminho errado. Decidi voltar.Andamos dois quilômetros no sentido oposto até chegar a bifurcação novamente. Dois para ir, dois para voltar. E eu fazia as contas nos dedos. Seguimos pela estrada da direita e um quilômetro à frente apareceu uma setinha apontando para o Caminho da Fé. Repeti para o cão: Pê, vamos tirar o atraso e prosseguir no sentido contrário…
