Piquenique raiz: picadas de insetos, roupas sujas, mas felizes…

piquenique

Toalha xadrez, caixa de isopor, torta de carne moída e refrigerante. Todos esses ingredientes faziam a festa de um piquenique de antigamente, dos quais eu participei na minha época de criança. Essa lembrança bateu forte na minha mente nesta semana, por causa do dia 1º de Maio, ou melhor, dia de piquenique. Quem não passou esse dia no meio do mato, comendo quitutes feitos pela mãe, avó e tias, não sabe o que é infância. A criançada voltava para casa no final da tarde repleta de picadas de insetos, com as roupas encardidas, mas com muita estória para contar na escola, no dia seguinte.

Naqueles piqueniques de antigamente, que eu chamo de “piquenique raiz”, íamos literalmente para o mato, em áreas mais distantes da região urbana. Para os adultos, com certeza era uma trabalheira. Tinha de levar as comidas, as bebidas, os pratinhos, copinhos, guardanapos e talheres descartáveis, toalha, uma loucura. A gente esperava com ansiedade o dia 1º de Maio, por que sabíamos que íamos passear. Nem ligávamos para os salgados e doces, o que queríamos mesmo era andar pelas trilhas, caminhar na mata, procurar flores diferentes, pedrinhas e no final do dia implorávamos para levar tudo pra casa.

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Hoje essa tradição está um pouco esquecida. As famílias preferem ir a parques (e em Jundiaí temos muitas opções) onde já existe infraestrutura adequada, como área de alimentação, sanitários, playground, transporte público. Sim, tudo ficou mais fácil e civilizado. As gerações atuais têm uma série de equipamentos modernos, que garantem muito mais conforto e mordomia, mesmo no meio da natureza. Mas a tecnologia acabou com o romantismo. Que graça tem ir num piquenique e,em vez de brincar ao ar livre, ficar sentado num canto assistindo Netflix, ou reclamando por que não tem wifi no meio do mato.

O último piquenique do qual participei foi há muitos anos, quando resolvi levar minhas filhas para um lanche diferente. Nem era dia 1º de Maio, mas uma data qualquer numa das férias escolares das duas. Claro que, nesses tempos violentos, nem cogitei leva-las para uma área rural, no meio do mato. Fizermos nosso piquenique no clube do qual somos sócios, embaixo de uma árvore. Foi uma delícia. Mais uma boa lembrança desta data, que com certeza não vamos esquecer.(Foto: www.segs.com.br)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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