A bancada do PL, a maior desta legislatura, rachou logo na primeira sessão extraordinária, ontem(1º), quando foram escolhidos o presidente da Câmara Municipal, o vices-presidentes e secretários. Os vereadores Madson Henrique, Tiago Da El Elion e João Victor debandaram e votaram em candidatos de outros partidos. Quezia de Lucca, que concorreu à presidência e perdeu para o vereador Edicarlos Vieira(União Brasil), comandou a primeira sessão por ter sido a parlamentar mais votada. No final dos trabalhos, ela desabafou no microfone. Depois de cumprimentar Edicarlos, Quézia disse que “muito mais do que ter um cargo ou poder, o que é mais valioso é a nossa palavra. Pode ser que nos outros partidos exista um consenso de não eleger seus próprios candidatos. Mas, uma bancada com seis vereadores e termos uma deslealdade partidária como a de hoje é inadmissível. A palavra precisa ter honra e caráter. Eu sou de um partido e o honro”, disse. Em seguida, Quézia agradeceu Leandro Basson e Rodrigo Albino, que em todas votações escolheram os nomes do PL. A foto oficial dos vereadores(acima) mostra Quézia ao lado da petista Mariana Janeiro e Edicarlos. Madson, Tiago e João Victor ficaram longe da colega.
O Partido Liberal é a sigla do ex-prefeito Luiz Fernando Machado e do ex-gestor de Governo e Finanças, José Antônio Parimoschi, que perdeu a última eleição municipal para Gustavo Martinelli(União Brasil). Com mais de 8 mil votos, Quézia colocava-se com um nome fortíssimo para a presidência da Câmara Municipal. Ela teve apenas três votos: o dela própria, o de Basson e o de Albino. Madson, Tiago e João Vitor votaram em Edicarlos. Faouaz Taha(PSD) e Henrique Parra Parra(PSOL/Cardume), votaram neles próprios. Era só o começo das derrotas de Quézia e do PL. Ela também era candidata a primeira secretária e terceira secretária. Não ganhou nenhum cargo na mesa diretora, assim como os colegas que se mantiveram fiéis a ela.
Para o cargo de vice-presidente da Câmara, Rodrigo Albino teve apenas três votos. Ao votarem nele, Quézia e Leandro usaram o mesmo bordão: “minha palavra não faz curva”. Daniel Lemos(PSD) foi eleito com 16 votos. Leandro Basson disputou a segunda vice-presidência. Teve três votos. Ele perdeu para Madson Henrique, colega de bancada, que teve 14 votos. Parra Parra e Mariana Janeiro(PT), não votaram. Para primeiro secretário, Quézia recebeu três votos. Ela foi derrotada por Antônio Kachan Júnior(Republicanos), com 16 votos. Rodrigo Albino recebeu cinco votos para o cargo de segundo secretário. Mariana Janeiro teve 13 votos. Madson Henrique afirmou que preferia se abster a votar no PT.
Dezesseis vereadores votaram em Carla Basílio(PSD) para ser a terceira secretária. Praticamente todos usaram o slogan da vereadora durante as eleições: “agora é ela”. Quézia recebeu três votos. Quando votou em si mesma, a vereadora plagiou o slogan da colega: “sempre foi ela, Quézia de Lucca”, disse. Para quarto secretário, Dika Xique Xique recebeu 16 votos contra três de Rodrigo Albino. Antes da primeira sessão ordinária, em fevereiro, os vereadores realizarão sessão extraordinária para definir os líderes de bancadas e também os integrantes das comissões internas.
Como será? As votações ocorridas ontem mostram que o PL chegará dividido para as votações, o que é bom para o prefeito Gustavo Martinelli. O partido tem um núcleo duro formado por Quézia, Leandro Basson e Rodrigo Albino. Madson, que na legislatura passada defendeu a pauta de costumes, não deverá abrir mão deste tema. Mas não será um radical ao votar outros assuntos. Quanto a Tiago e João Vitor será necessário esperar para analisar o posicionamento deles diante dos projetos do Executivo.
Ainda sobre a pauta de costumes, a configuração desta legislatura demonstra que estes projetos não deverão prosperar. Henrique Parra Parra Filho e Mariana Janeiro(primeira mulher preta eleita na cidade) são de partidos de esquerda e, na essência, progressistas. O vereador Paulo Sérgio Martins(PSDB) sempre se posicionou de forma contrária às propostas contrárias aos direitos dos LGBT. Esta comunidade, aliás, já avisou que estará de olho em Carla Basílio, a primeira mulher trans eleita em Jundiaí. Vereadores de direita até poderão tentar implementar a pauta de costumes. Mas, pelos próximos quatro anos, eles enfrentarão uma oposição de fato.
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