Mesmo com Batalhão da PM no centro, número de FURTOS cresce 29%

A nova base da 1ª Cia. do Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), inaugurada no dia 1º de julho do ano passado, trouxe sensação de segurança para 40% dos comerciantes da região central de Jundiaí. O restante diz que sente-se da mesma forma de antes da inauguração. Porém, estes lojistas não se lembram de nenhum episódio de criminalidade ocorrido após o início das atividades. Na prática, números divulgados pela Polícia Militar mostram que houve queda na criminalidade com a chegada do quartel da PM na Praça dos Andradas. Contudo, uma modalidade de crime aumentou consideravelmente neste período. Os furtos cresceram em torno de 29%.

A pesquisa de satisfação foi feita pelo Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região (Sincomércio) e ouviu principalmente comerciantes da rua do Rosário e Senador, bem próximas do quartel da PM. A instalação da base na praça dos Andrades tem como objetivo aumentar a segurança no centro.

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que “houve significativa queda dos índices de assaltos e furtos e roubos de veículos em toda a área central de Jundiaí”. O número de furtos comuns, porém, aumentou entre julho e dezembro do ano passado, em relação ao mesmo período do ano anterior. As estatísticas divulgadas pela PM para os últimos cinco meses de 2015 para crimes cometidos no centro de Jundiaí, quando o 11º Batalhão ainda não estava na Praça dos Andradas é a seguinte:

  • Furtos: 407
  • Roubos: 129
  • Furto de Veículos: 54
  • Roubo de Veículos: 4

No mesmo período do ano passado, já com o batalhão funcionando foram registrados:

  • Furtos: 528
  • Roubos: 96
  • Furto de Veículos: 29
  • Roubo de Veículos: 0

Ao se analisar os números enviados pela Polícia Militar realmente fica claro que assaltos e furtos e roubos de veículos apresentaram quedas. É possível imaginar que a presença de um batalhão da PM tenha afastado bandidos especializados em furtos e roubos de veículos, além de assaltos a pedestres e lojas. Eles não deixam de atuar. Apenas mudam de área. O problema fica por conta dos furtos, quando os ladrões levam bolsas ou objetos que estão no seu interior como carteiras, documentos, cartões bancários e dinheiro. Também há a modalidade de furtos de mercadorias em lojas. Há dois anos foram registrados de julho a dezembro, 407 casos contra 528 no mesmo período do ano passado. O aumento foi de 29%. Trata-se de um número expressivo e que demonstra que os homens e mulheres que se dedicam a pequenos crimes cometidos sem uso de violência não se intimidaram com a presença da base da Polícia Militar em pleno centro da cidade.

A nota da PM afirma ainda que “a nova instalação teve por objetivo proporcionar melhor qualidade das instalações e condições de trabalho aos policiais militares, além de localizar-se em local mais estratégico, uma vez que apresenta mais facilidades de acesso e deslocamentos das viaturas policiais, o que favorece, naturalmente, as ações do policiamento ostensivo e preventivo”.

Através do Whatsapp, o Jundiaí Agora conversou com três comerciantes do centro. Uma lojista da rua Rangel Pestana disse que por lá os ladrões continuam agindo da mesma maneira. “Já levaram várias peças da loja e algumas vezes nós mesmos temos de correr atrás do ladrão por não encontrar uma viatura na rua”, disse. Ela disse que já registrou boletim de ocorrência em algumas ocasiões. O caso dela se enquadra perfeitamente na estatística da própria PM relativa ao avanço dos furtos.

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Um outro comerciante disse que a instalação do batalhão ou qualquer outra unidade não irá inibir ou coibir assaltos. “Somente o contingente nas ruas, fazendo rondas, é que fará a diferença”, afirmou ele. Outro lojista disse que de nada adianta instalar um batalhão da PM no centro e quando se passa por ele se vê várias viaturas estacionadas no local. “Somente uma política de policiamento ostensivo, mapeando os principais pontos de furtos e roubos, além de ações maciças de prevenção é que farão a criminalidade cair”, afirmou.

A vinda do batalhão para o centro da cidade era um pedido antigo do Sincomércio, entidade responsável pela manutenção da base da Guarda Municipal na região central e aconteceu ainda no mandato do ex-prefeito Pedro Bigardi. A assessoria de imprensa afirma que o sindicato também é responsável por enviar ofícios para diversos órgãos de segurança pedindo mais rondas pelos centros comerciais de toda cidade.