PÓS-PARTO: A saúde mental durante o período de isolamento

PÓS-PARTO

A importância da saúde mental no pós parto durante o período de isolamento. Sim, o coronavírus tem tirado o sono de muita gente, principalmente pelo medo de ser contagiado, medo esse que se torna um fator de desestabilidade emocional. Mas hoje quero falar especificamente com os pais que estão vivendo o pós-parto/puerpério. Devido o crescente número de casos confirmados de Coronavírus no Brasil, muitos pais estão inseguros em relação ao pós parto e puerpério. Esse tema já dá um “bom pano pra manga” mesmo fora da época de epidemia. Mas, e agora, como fica a saúde mental desses pais?

Os primeiros dias com o bebê que acabou de nascer podem ser os mais felizes da sua vida, mas também os mais difíceis. Algumas emoções ficam à flor da pele devido a mudança drástica de rotina, privação de sono e cansaço extremo.

A taxa de transtornos relacionados ao puerpério (baby blues, depressão pós parto) também podem aumentar devido esse período de isolamento e insegurança. O preconceito sobre a Depressão Pós-Parto já começa quando é diagnosticado, pelo fato da nossa sociedade pregar que a maternidade é linda, como aqueles comerciais onde a mãe e o bebê dormem tranquilos naqueles lençóis brancos de seda, mas a realidade é oposta!

Durante a gravidez a mulher passa por várias transformações físicas e emocionais, focar nela e no bebê, buscar grupos de grávidas, rede de apoio, se informar sobre os partos, métodos, intervenções e fazer um plano de parto, para que ocorra tudo da forma como ela planejou, mas também, tendo consciência de que um plano B pode ser necessário. E nesse momento a mãe já percebe que não tem mais o controle de muitas coisas.

Várias dificuldades vão surgir como amamentar, trocar fralda, dar banho, choro constante do bebê, cólicas, tudo são fatores novos para os pais, que não sabem ao certo lidar com essas situações que são novas.

Buscar ajuda nesse momento é fundamental, ter uma rede de apoio, deixar o orgulho de lado (supermãe: “eu dou conta de tudo”), mas essa será uma tarefa que precisa ser reavaliada e bem criteriosa, pois toda essa ajuda e rede de apoio precisará ser a distância

Por isso, é importante que a pessoa que esteja acompanhado a mãe e o bebê durante o puerpério observe alguns comportamentos que não eram comuns no dia dia e que de repente estão latentes para que possa diferenciar uma Depressão Pós-Parto de uma Tristeza Materna (Baby Blues) e de uma Psicose Puerperal.

Tristeza Materna ou Baby Blues – A tristeza materna ocorre logo após o parto, com sintomas de oscilação de humor, uma angústia, choro fácil, tensão, cansaço, irritabilidade, porém é decrescente, a cada dia esses sintomas vão diminuindo e tendem a sumir após a segunda semana.
É importante perceber que esses sintomas não interferem no funcionamento social da mulher e na relação mãe bebê.

Depressão Pós-Parto – A depressão pós parto é de difícil diagnóstico porque a própria maternidade já mexe muito com a mulher e ela apresenta sintomas que são normais dentro de puerpério:

  • Falta de interesse sexual;
  • Cansaço;
  • Sensibilidade emocional;
  • Alteração de apetite.

Para diagnosticar a Depressão Pós-Parto a mulher precisa apresentar alguns dos sintomas:

  • Perda bem considerável de interesse por atividades que normalmente gostava de fazer;
  • Perda de prazer bem considerável;
  • Humor depressivo, sentimento de tristeza, vazio, acompanhado de choro fácil e frequente.

Outros sintomas também estão associados:

  • Alteração no sono (dificuldade para dormir ou dormir demais onde chega a atrapalhar os momentos em que precisa cuidar do bebê);
  • Culpa excessiva junto com sentimento de inutilidade;
  • Fadiga e cansaço extremo;
  • Agitação ou lentidão motora considerável;
  • Depressão profunda quando está acompanhada de pensamento de morte ou planejamento suicida.
    Transtornos – Alguns transtornos também podem ser associados com a Depressão Pós-Parto:
  • Transtorno de ansiedade generalizada: preocupação recorrente em relação ao trabalho, bebê, problemas financeiros.
  • Transtorno de pânico: Sudorese, taquicardíaco, dificuldade para respirar.
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo: pensamento recorrente, um exemplo disso pode ser sobre contaminação e com isso higienizar obsessivamente as mãos, o bebê e fazer com que todos ao redor também se higienizem.
    Pode ser pensamento de agredir, derrubar ou machucar o bebê, sempre relatado com a culpa, com medo, lembrando que é apenas pensamento, a mãe já sente culpa apenas de pensar sobre isso.

Psicose Puerperal – A Psicose Puerperal é uma ameaça presente e tem ausência de medo, culpa, angústia e apresenta comportamento bizarro e extrema agitação. Necessita de intervenção psicológica/psiquiátrica o quanto antes.(Foto: parenting.firstcry.com)

MARIANA CAROLINE PRADELLA

Psicóloga Clínica formada pela Universidade São Francisco, em Itatiba. MBA em Gestão de Pessoas – Universidade Padre Anchieta Psicologia da gestação, parto e pós parto –  GAMA. Pós-graduanda no curso de Formação em Psicanálise – CEFAS. Consultório: rua Francisco Telles, 391, vila Arens – Telefone: (11) 94280-6665

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