Doce lembrança de um PRIMEIRO de abril com meus avós

Era uma terça-feira por volta de 12 horas. O ano: 1969. Eu tinha sete sete anos e voltava todo serelepe das aulas professora Mariângela, no pequenino Grupo Escolar Rotary Club do Anhangabaú para “pregar uma peça” no meu avô (foto abaixo). Era primeiro de abril, Dia da Mentira! Que doce lembrança. Quantas saudades…

ABRIL

Eu fazia o caminho de volta por uma rua de terra entre a Igreja Santo Antônio e o Bolão, com a hiperatividade que sempre me acompanhou. Vinha chutando pedras, pulando num pé só, andando de costas, mexendo no mato e pegando varetas da cerca viva que envolvia o Ginásio Dr. Nicolino de Luca.

Dava uma parada na esquina para assistir por alguns minutos os tenistas treinando e descia a avenida Amadeu Ribeiro onde eu meus avós moravam. Uns 80 metros separavam a minha casa da residência deles.

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Parei em frente da casa do ‘Vô’ Zeca e ‘Vó’ Norma (Na foto acima dá para ver um caminhão azul passando na frente bem na esquina). Vi que o Chevrolet 1952 azul com capota de vinil branco do meu avô estava estacionado em frente e fui entrando feito o menino maluquinho. Meu amado avô Zeca sentado à mesa almoçando a comida saborosa da avó Norma, filha de italianos (dos Betelli e Chequin) e carregava consigo os hábitos e arte culinária dos “oriundi”.

O carrão de meu avô igual esse da foto era muito bem cuidado. Era seu xodó e foi comprado com muito suor.

ABRIL

Parei na frente deles pedi a benção e disse:

– VÔ DO CÉU!!!! QUEBRARAM OS QUATRO VIDROS DO SEU CARRO!!!!!!

Ele levantou rápido e trêmulo. Eu corri para fora e ele veio logo atrás, parou na porta da sala, olhou para o carro e muito assustado falou:

– Mas estão todos inteiros…

E aí, eu já mantendo distância, gritei todo feliz :

– PRIMEIRO DE ABRILLLLLLLLLLL!!!!!!

Saborosa lembrança de uma infância e de um amor gigante pelos meus avós que ainda vivem em mim!

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