Invasão ao ônibus: MP pede prisão preventiva de bolsonaristas

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O Ministério Público(MP) pediu a prisão preventiva de três bolsonaristas que invadiram um ônibus e ameaçaram estudantes da ETECVAV Benedito Storani, o Colégio Técnico, no dia 3 de outubro último. Se a Justiça não conceder as preventivas, os promotores pedem medida cautelar protetiva para que os agressores não se aproximem das vítimas do trajeto do ônibus até a escola. A Polícia Civil já tinha feito o mesmo pedido quando indiciou o grupo por associação criminosa, dano ao patrimônio, constrangimento político, ameaça e lesão corporal. O Jundiaí Agora teve acesso à denúncia. O processo tem o número 1506994-47.2022.8.26.0309 e está na 2ª Vara Criminal de Jundiaí desde o último dia 10. O juiz responsável é Clóvis Elias Thame. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, o Judiciário ainda não examinou a denúncia com o pedido de prisão.

O pedido de prisão preventiva, baseado em inquérito policial, é assinado pelo promotor João Alfredo Ribeiro Gomes de Deus. No texto, ele chama os invasores de ‘radicais’. “Os três homens, mancomunados e associados para o fim de cometerem os crimes, arremessaram pedras no ônibus em movimento, feriram levemente um dos alunos, constrangeram um outro mediante violência e grave ameaça. Dificultaram, com emprego de violência física e psicológica, o exercício de direitos políticos dos estudantes em razão de suas convicções, danificaram o coletivo que presta serviço público de transporte”, afirma o promotor. Na ocasião, manifestantes chegaram a dizer que as pedras teriam sido jogadas pelos próprios adolescentes.

João Alfredo afirma que os jovens viram o ato político dos bolsonaristas quando o o ônibus passou em frente ao quartel. Dois jovens entrevistados pelo JA disseram que o protesto deles foi planejado na saída do ônibus da escola. “Inúmeros cidadãos seguidores da política conservadorista representada pela atual presidência da República, entre eles os denunciados, manifestavam inconformismo por ter o chefe do Executivo sido derrotado nas urnas pelo candidato antagonista e, em manifestação antidemocrática por não respeitar o sistema eleitoral brasileiro pediam, ao revés da Constituição Federal, injustificada intervenção federal no país e ação de domínio político pelas Forças Armadas. Exatamente por isto postaram em frente ao 12º GAC”, afirma o promotor na denúncia.

Próximo da manifestação bolsonarista, os jovens colocaram adereços vermelhos para fora do ônibus, fizeram gestos alusivos ao candidato vencedor das eleições e xingaram o atual presidente. O promotor considera a atitude dos estudantes como “picardia e brincadeira comum a idade, independentemente de convicções políticas”. Para muitos defensores de Bolsonaro, a atitude dos adolescentes justificaria a agressão cometida.

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“De modo agressivo, os denunciados e outros que não foram identificados jogaram pedras, quebrando janelas do ônibus. Um estilhaço acertou um estudante e por alguns centímetros poderia ter acertado o olho dele causando perda da visão. Os jovens, aterrorizados, deitaram-se no chão do ônibus. Os denunciados e seus comparsas, com extrema violência, covardia e selvageria, começaram a bater na lataria do ônibus para que a porta fosse aberta e, assim, atacassem os estudantes. O motorista, temendo pela própria integridade física, liberou a entrada dos três denunciados que passaram a ameaçar de agressão todos os jovens, entre eles menores de idade. Em seguida, os radicais denunciados pegaram pelo braço um dos alunos e tentaram retirá-lo do coletivo para agredi-lo. Eles diziam: ‘Estamos lutando por vocês, seus otários. Vai trabalhar, pagar um boleto, seus bostas’, escreveu o promotor.

João Alfredo Ribeiro Gomes de Deus afirma no pedido de prisão preventiva que os estudantes foram constrangidos a descer do veículo, além de serem ameaçados de agressão em frente a outros bolsonaristas. “Desta forma queriam tolher o exercício do direito de discordância política ou que fosse contrária às suas convicções golpistas”, escreveu o promotor. Algo pior só não ocorreu porque houve a intervenção de uma manifestante. Ela entrou no ônibus e ordenou que as agressões acabassem.  Só quando o ônibus deixou o local é que policiais apareceram e encaminharam as vítimas para a Delegacia de Polícia”, informa ele.

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