PROSTITUTAS: concorrência dos travestis reduz clientela

As noites no centro de Jundiaí são divididas em dois grupos distintos e que as vezes se confundem. De um lado, as prostitutas. Do outro, os travestis. Muitos deles são tão bem produzidos que parecem ser mulheres. Já algumas prostitutas foram tão castigadas pela vida que, não fosse pelas roupas, passariam por homens franzinos. Feias ou bonitas, o corpo delas é o produto que está à venda. O público-alvo são os homens. E, nesta briga de mercado, que está levando a melhor são os travestis. A concorrência deles reduz a clientela delas.

Uma simples pergunta revelou um mundo que ninguém imagina quando passa de carro pelas esquinas escuras da região central. “Na avenida Fernão Dias Paes Leme, na vila Aparecida, está ocorrendo prostituição infantil?”. O questionamento surgiu durante reunião de um grupo que discute segurança na cidade. Não, não está. Neste local em especial, mulheres se prostituem em troca de crack. Usam tanto a droga que emagrecem muito. Quem vê de longe pensa que são crianças.

A partir daí, revelou-se as entranhas do mundo dividido por prostitutas e travestis. Nesta primeira matéria as mulheres serão o foco. O mundo delas começou a ruir com dois fatores. O primeiro: a facilidade com que se faz sexo atualmente. Hoje não é mais necessário pagar para se ter prazer. Para piorar a situação das prostitutas, parte do consumidores dos seus serviços aderiu à concorrência e passou a dar preferência aos travestis.

“Hoje existem algumas mulheres com mais de 35 anos que se prostituem na praça Marechal Floriano Peixoto e no calçadão da Barão, ao lado da Catedral”, explicou uma fonte ligada ao submundo do sexo em Jundiaí. Uma prostituta cobra hoje, no máximo R$ 30 pelo programa. Elas estão na vida há muitos anos e não precisam mais se submeter aos cafetões. A freguesia é pequena demais. Não há lucro.

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“Na rua Zacarias de Góes há algumas mulheres mais ajeitadas. Elas se hospedam em uma pensão que fica ali perto. Estas não são de Jundiaí. Vêm de outras cidades principalmente no período do quinto dia útil”, explicou o especialista.

Prostitutas ainda podem ser encontradas na rua Torres Neves e no calçadão São José. “Na esquina do Hotel Marabá ficam duas ou três, também bonitas. Uma delas até anunciava em um jornal local”.
A fonte afirma que também existe prostituição de mulheres em casas de massagem em alguns bairros. Na periferia, como o que ocorre na vila Aparecida, as mulheres fazem programa em troca de drogas invariavelmente. Elas permanecem, inclusive, próximas às biqueiras.

O mundo dos travestis de Jundiaí é o tema da reportagem de amanhã. (foto acima: www.paginagospel.com.br)