Pergunto-me, com cada vez mais frequência, o que leva o ser humano a acumular tanta coisa durante sua rápida passagem pelo planeta Terra. Começamos cedo nessa caminhada acumulativa, ainda bebês, colecionando chocalhos, chupetas, bichinhos de pelúcia e seguimos pela vida guardando toda a sorte de materiais que, em determinada época de nossa história, foram importantes. O problema é que nem percebemos que estamos juntando um arsenal de quinquilharias ultrapassadas por causa da preguiça em fazer uma boa limpeza no armário ou, pior, pela falta de coragem de nos libertar do passado.
Confesso que tenho certa dificuldade em me desvencilhar de guardados, principalmente dos mais antigos. Papéis, brinquedos, roupas e uma enormidade de outros materiais que têm ou tiveram significado importante em algum momento, vão para alguma gaveta ou prateleira do armário e lá permanecem por décadas, até serem esquecidos. E não sei se é saudável esse apego.
Durante muitos anos morei numa casa grande, com amplo espaço e boa quantidade de armários (inclusive com porão), portanto tinha muita facilidade em guardar coisas, tanto minhas como das minhas filhas. Roupas, sapatos, brinquedos, revistas, livros, enfeites, louças. Tudo organizado e acomodado. Só quando me mudei para um apartamento é que percebi como tinha coisa entulhada e desnecessária. É aquele pensamento: não vou jogar, posso precisar no futuro. Mas será que vai usar mesmo? Em 99% das vezes, não usa as tais quinquilharias.
Meses antes da mudança comecei a organizar as coisas, separar o que iria levar, descartando mais do que guardando. E foram longas semanas empacotando, embrulhando, encaixotando e ensacando materiais. Parecia que brotavam objetos e roupas dos armários. Prometi a mim mesma que tudo seria diferente depois da mudança. E seria mesmo, afinal, o espaço do apartamento era menor. Mas apesar de me policiar, confesso que os armários do apê já estão ficando lotados.
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Enquanto escrevo esse artigo, já estou pensando em começar amanhã uma faxina nos meus guardados, naqueles que já não me fazem nenhuma falta, que não me trazem boas lembranças, que não servem mais para o meu corpo e, principalmente, para a minha alma. Nessa faxina, pretendo ficar apenas com o essencial e descartar as quinquilharias, o que não vai agregar mais nada na minha vida. Não será nada fácil…(Foto: Cottonbro Studio/Pexels)
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VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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