O Refogado do Sandi é o bloco carnavalesco mais antigo e tradicional de Jundiaí. Quando os foliões deixam a praça Ruy Barbosa e invadem a rua Barão de Jundiaí, a folia na cidade está oficialmente aberta. Gisela Vieira foi empossada pelo fundador do bloco, Erazê Martinho, já falecido. Ela tem até ofício assinado por ele para comprovar que é a ‘deretora’ de fato e de direito. O Refogado desfila nesta sexta-feira(28). A concentração começa às 15 horas. Uma hora depois, os foliões deixarão a praça e tomarão a Barão. Eles seguirão até a rua Siqueira e voltarão pela rua do Rosário. Antes, a dispersão acontecia na praça Ruy Barbosa. Agora, o fim do desfile é realizado ao lado da Catedral Nossa Senhora do Desterro, sempre por volta das 19 horas. Nesta entrevista, Gisela conta a história do bloco, as mudanças que ocorreram no decorrer dos anos e explica como funciona o coração dos refoguense. Confira:
Com este, quantos desfiles o Refogado já fez?
O Refogado foi criado pelo criado pelo saudoso Erazê Martinho em 1994. Ele foi vereador e morreu em 2006. Este, portanto, será o 31º desfile. Desde 2016, o Refogado é considerado patrimônio imaterial de Jundiaí. Abrimos oficialmente o Carnaval da cidade.
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E a corte?
Na época do Erazê, a corte era formada por uma rainha e duas princesas. Quando assumi em 2007 como ‘deretora’, tive a ideia de não termos mais corte. O desfile foi em homenagem ao Erazê, inclusive com um samba-enredo para ele. Também empossei todas as pessoas que tinham sido eleitas por ele. De lá pra cá, não passamos mais faixa. Todo anos temos uma corte que irá se juntar à corte permanente do bloco. Agora temos rainha, príncipe ou princesa, guardião da corte, madrinha da bandinha. Isto tudo para dar mais volume ao nosso desfile e deu certo. O bloco só está crescendo. Neste ano, a rainha é a Margarete Bigardi; a princesa Luci Mazetto, o príncipe Felipe Bralin e o guardião, José Arnaldo de Oliveira. A porta-bandeira atualmente é a Sumara Mesquita.
O desfile deste ano tem um tema?
Neste ano vamos homenagear o saudoso colunista social Picôco Bárbaro, inclusive com marchinha para ele, um folião da melhor qualidade. O Picôco era a expressão do Carnaval.
Qual a média de público por desfile?
Alguns dizem que chega a oito mil pessoas. Outros, que passa de 10 mil pessoas. Tem gente que chega a falar em 20 mil pessoas no centro. O que eu sei é que quando estou no final da rua Barão e olho para trás, aquilo é um mar de gente. Isso traz felicidade e satisfação de colocar este bloco na rua. É um trabalho imenso mas que paga todas as minhas dores, minhas frustrações e cansaço até que o Refogado do Sandi esteja desfilando. Espero que as pessoas, neste ano, venham para o Refogado para brincar o Carnaval com respeito, paz e alegria. Nestes mais de 30 anos de desfile nunca houve uma ocorrência séria. Há casos de foliões que são amigos e só se encontram uma vez por ano, no Refogado!
Quais os tipos de músicas que deverão ser tocadas? Marchinhas? Ou funks e outros gêneros mais recentes?
O Refogado tem por caraterística resgatar o Carnaval ‘raiz’, a festa na rua, a folia para todos. Nosso bloco é de marchinhas. Não tocamos funk, axé. As vezes são tocados um ou outro samba-enredo. Temos o objetivo de reviver os velhos carnavais, onde iam as famílias, crianças, idosos. Nosso desfile é marchado e não pulado. No Refogado brincamos o Carnaval.
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A Prefeitura deu o devido apoio ao Refogado? Como?
Antes, a nossa bandinha ia no chão, junto com os foliões. De uns cinco anos para cá, a Prefeitura reconheceu a importância do nosso bloco e vem nos cedendo carro de som, banheiros químicos e fiscalização de trânsito. O restante da montagem é pago por nós: a segurança é pago por nós, assim como a água, socorristas e ambulância, bombeiros. Fazemos vários eventos durante o ano para colocar o bloco na rua…
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