O grito silencioso do RH: Quem cuida de quem cuida?

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Setembro nos lembra da urgência de falarmos sobre saúde mental. Mas há um grupo que, muitas vezes, fica nos bastidores dessa conversa: os profissionais de Recursos Humanos(RH). Aqueles que acolhem, orientam, mediam conflitos, dão suporte emocional e ainda precisam manter resultados em alta. Mas quem cuida de quem cuida?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconheceu o Burnout como síndrome ocupacional ligada ao trabalho. E, segundo pesquisas recentes, o RH está entre as áreas mais vulneráveis. No Brasil, estudo da GPTW (2023) mostrou que 62% dos profissionais de RH já apresentaram sintomas de esgotamento. Outro levantamento, da UKG (EUA, 2022), revelou que 98% dos profissionais da área relataram estar exaustos e 95% afirmaram que suas funções se tornaram mais difíceis nos últimos anos.

Não é difícil entender o motivo: o RH está na linha de frente de tudo que envolve gente e gestão. Contratar, desligar, acolher crises pessoais, lidar com pressões de metas, manter a cultura organizacional viva. É o setor que se cobra ser humano e estratégico ao mesmo tempo, e que muitas vezes sofre em silêncio.

O Burnout não é “cansaço”: é uma sobrecarga crônica que altera o funcionamento cerebral. O excesso de estresse ativa constantemente a amígdala (centro de alerta), aumenta o cortisol no sangue e diminui a atividade do córtex pré-frontal, responsável por decisões e criatividade. Ou seja: o cérebro entra em modo sobrevivência, perdendo clareza, empatia e capacidade de inovação.

O paradoxo é cruel: o RH é chamado para cuidar da saúde mental dos colaboradores, mas frequentemente não encontra espaço ou apoio para cuidar da sua própria. Como cobrar programas de bem-estar se os próprios gestores de pessoas estão adoecendo?

Setembro Amarelo é o mês de falar sobre prevenção do suicídio, mas também é o momento de ampliar o olhar: prevenção é criar ambientes saudáveis, onde até quem cuida tem permissão para pedir ajuda. Empresas precisam compreender que investir no bem-estar do RH não é luxo: é garantir sustentabilidade para toda a organização.

Deixo aqui um convite: se você é líder, olhe com atenção para sua área de Recursos Humanos. Se você é de RH, lembre-se de que pedir apoio não é fraqueza, é coragem. O que sua empresa tem feito para cuidar de quem cuida? Vamos transformar este Setembro em um mês de ação, não apenas de reflexão.(Foto: Gemini)

DANY MORAES

Consultora de Projetos de Recursos Humanos e Educação Corporativa. Atua na área de Gente & Gestão há 20 anos, com especializações em Felicidade e Qualidade de Vida no Trabalho, Inteligência Emocional e Líder Coach. Contatos: E-mail: dany.moraes@gmail.com. Instagram: @soudanymoraes. LinkedIn: daniela-moraes-marques.WhatsApp: 11 982659384Acesse também: @sejaexpandente 

Gente e Gestão é uma expressão que se refere ao conjunto de práticas, políticas e processos relacionados à gestão de pessoas dentro de uma organização, engloba todas as atividades e estratégias voltadas para o desenvolvimento, motivação, engajamento e bem-estar dos colaboradores de uma empresa. Isso inclui recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios, comunicação interna, cultura organizacional, entre outros aspectos que impactam diretamente o capital humano e o ambiente de trabalho.

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A expressão Gente e Gestão enfatiza a importância das pessoas como um dos principais ativos de uma organização e reconhece que uma gestão eficaz dos recursos humanos é fundamental para o sucesso e sustentabilidade do negócio. E também ressalta a necessidade de uma abordagem humanizada e centrada nas pessoas na condução das atividades relacionadas à gestão de talentos dentro da empresa e a produtividade sustentável.      

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