Nos últimos anos, falar sobre saúde mental no trabalho deixou de ser tendência para se tornar um tema estratégico e agora também uma exigência legal. Desde maio desse ano, o Ministério do Trabalho iniciou a fiscalização como foco em ações socioeducativas, orientando às empresas sobre a nova NR-1, que inclui a obrigatoriedade de identificar, avaliar e gerenciar riscos psicossociais. Esses riscos envolvem fatores ligados à forma como o trabalho é organizado e conduzido, tais como: sobrecarga, assédio, clima organizacional, falta de reconhecimento e estilos de liderança que comprometem o equilíbrio emocional.
Mas a partir de maio de 2026, o cenário muda: as fiscalizações passarão a gerar multas que podem variar de R$ 2 mil a R$ 181 mil, dependendo do porte da empresa e da gravidade da infração. Para isso, o governo contratou 850 novos auditores fiscais do trabalho. O recado é claro: o relógio está correndo, e quem deixar para a última hora corre o risco de pagar caro, em todos os sentidos.
O ponto de partida é o diagnóstico. O mapeamento dos riscos psicossociais deve ser feito com ferramentas científicas validadas, como o COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire), utilizado mundialmente para medir fatores de risco relacionados à carga mental, relações interpessoais e condições organizacionais. Trata-se de um processo técnico, que exige escuta, confidencialidade e análise de dados. É a partir desse retrato que as empresas conseguem compreender onde estão as principais fontes de pressão, desgaste e sofrimento.
Sem diagnóstico, qualquer ação vira tentativa. Com diagnóstico, vira estratégia. Implantar um programa de gestão de riscos psicossociais leva tempo e requer planejamento.
Por isso, este ano é o momento ideal para que as empresas se organizem, definam metas e incluam o tema no budget de 2026. Planejar é mais do que cumprir uma norma, é integrar o cuidado com as pessoas à estratégia do negócio. Embora o tema envolva saúde e bem-estar, o impacto é também econômico e operacional.
Empresas que atuam de forma preventiva observam benefícios concretos:
- Redução de rotatividade e absenteísmo
- Menor número de afastamentos e sinistralidade em planos de saúde;
- Diminuição de passivos trabalhistas e do FAP (Fator Acidentário de Prevenção);
- Aumento de produtividade, engajamento e satisfação no trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em programas de saúde mental retorna quatro dólares em produtividade. É um investimento que gera resultado, não um custo extra.
Nenhuma política se sustenta sem liderança. Gestores conscientes, preparados para ouvir e agir com empatia, são essenciais para transformar diretrizes em cultura. Além disso, acompanhar indicadores, revisar estratégias e dar devolutiva ao time demonstra compromisso e credibilidade. É assim que se constrói uma cultura de cuidado e de resultados.
Mais do que cumprir a lei. A nova NR-1 não é apenas uma obrigação legal. Ela é um convite à maturidade corporativa, à construção de empresas mais humanas, seguras e sustentáveis. Organizações que se antecipam não apenas evitam multas, elas fortalecem suas marcas, reduzem custos e conquistam pessoas engajadas, capazes de entregar mais e melhor. A pergunta que fica é: sua empresa já começou esse movimento?

DANY MORAES
Consultora de Projetos de Recursos Humanos e Educação Corporativa. Atua na área de Gente & Gestão há 20 anos, com especializações em Felicidade e Qualidade de Vida no Trabalho, Inteligência Emocional e Líder Coach. Contatos: E-mail: dany.moraes@gmail.com. Instagram: @soudanymoraes. LinkedIn: daniela-moraes-marques.WhatsApp: 11 982659384. Acesse também: @sejaexpandente
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Gente e Gestão é uma expressão que se refere ao conjunto de práticas, políticas e processos relacionados à gestão de pessoas dentro de uma organização, engloba todas as atividades e estratégias voltadas para o desenvolvimento, motivação, engajamento e bem-estar dos colaboradores de uma empresa. Isso inclui recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios, comunicação interna, cultura organizacional, entre outros aspectos que impactam diretamente o capital humano e o ambiente de trabalho.
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A expressão Gente e Gestão enfatiza a importância das pessoas como um dos principais ativos de uma organização e reconhece que uma gestão eficaz dos recursos humanos é fundamental para o sucesso e sustentabilidade do negócio. E também ressalta a necessidade de uma abordagem humanizada e centrada nas pessoas na condução das atividades relacionadas à gestão de talentos dentro da empresa e a produtividade sustentável. (Foto: Kaboompics.com/Pexels)
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