Li um artigo de 2018 da revista National Geographic que me encantou com as possibilidades tecnológicas aplicáveis à medicina e o quanto podemos ter nossa saúde conectada a aplicativos e sistemas completos em microchips que podemos carregar para qualquer lado, são à prova d’água, isentos de agulhas entre tantas outras incríveis melhorias.
Essas tecnologias deixam de olhar o indivíduo compartimentalizado e paralisado em um determinado momento. Eles são dinâmicos e interativos, cuidando, individualmente e permanentemente da saúde com alto potencial para prevenção de doenças.
O que você pensa sobre uma prótese de olho que enxerga????
Pois é. Graças à impressão 3D, uma trama de sensores de luz e a conversão da luz em eletricidade, o olho biônico já é uma realidade em construção. O que falta é torna-la maleável o suficiente para que o implante seja confortável ao seu usuário.
Cientistas da Coreia do Sul inventaram uma lente de contato que monitora a glicose sanguínea, sem impedir a visão, com sistema sem fio. Graças a Deus! Imaginem fios saindo do globo ocular? A mim parece mais um filme de terror do que tecnologia.
Um robô-origami que se dobra até ser capaz de caber em uma cápsula, está em testes, mas ele é capaz de regenerar tecidos danificados, recuperar objetos engolidos e determinar locais de lesão.
Um adesivo de pele, menor que um selo (alguém lembra dele????) é capaz de manter os batimentos cardíacos regulares e monitorar a pressão sanguínea, enviando esses dados continuamente para um computador.
Eletrodos implantados no cérebro geram impulsos elétricos, técnica já reconhecida chamada de “Estimulação Cerebral Profunda” utilizado com êxito nos distúrbios neurológicos de Transtorno Obsessivo Compulsivo e Mal de Parkinson, também foi utilizada em pacientes que sofreram Acidente Vascular Encefálico (feito na Ohio State University Wexner Medical Center) com perda lateral profunda e que após meses de estimulação, tiveram seus movimentos de volta.
Se levarmos em consideração que a maioria das interações entre médico e paciente não requer contato físico (e cada vez menos, até porque os médicos tem medo de serem acusados de assédio) o que impede que aplicativos, vídeo conferência, fotos e vídeos comuns sejam utilizados em diagnóstico e prescrição de tratamento? Aparentemente apenas o Conselho de Medicina, que vem, sistematicamente impedindo o uso dessas tecnologias para atender à população.
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DOUTOR, UM(A) MENINO(A), POR FAVOR!!!
No futuro, talvez as receitas médicas incluam “fármacos digitais”, concebido para melhorar o bem estar ou alguma afecção, sem medicamentos físicos, ou seja um software que conecta o paciente ao médico para aconselhamento, esclarecimento de dúvidas e encorajamento.
Impossível? Não mesmo!
Um teste com aplicativo de treinamento mental, para amenizar zumbidos incessantes nos ouvidos, obteve excelentes resultados preliminares, bem como um aplicativo utilizado para monitorar insuficiência cardíaca, atividade física entre outros que obteve 40% menos reinternações por problemas cardíacos.
Animador não é mesmo?
O importante é não nos fecharmos para as tecnologias, mas acima de tudo pensar e repensar em seu uso, com inteligência, baseados em resultados científicos.
“Espíritos grandiosos sempre encontram oposição violenta de mentes medíocres”(Albert Einstein) – Foto: braziljournal.com
ELAINE FRANCESCONI
Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.
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