Nesta semana fiz uma visita à Associação dos Aposentados de Jundiaí. Inevitável relembrar tantos momentos vividos naquele espaço da sede da entidade e de tantas histórias que tive a oportunidade de acompanhar nos trinta e tantos anos de vida da Associação, que conheci pelas mãos de Antonio Galdino que marcou história não só como seu presidente mas também como a a principal liderança dela. E me descobri um sócio de carteirinha desta instituição.
O curioso é que Galdino um dia me confidenciou que meu pai, Antonio Bigardi, participava das grandiosas assembleias que ocorreram no início da formação da entidade, revelando que minha ligação com a Associação já vinha de outras épocas.
Galdino me conhecia como engenheiro (trabalhava na Prefeitura) e me pedia ajuda nos trabalhos relativos a sede da associação como a compra de terrenos, reforma ou construção de prédios, etc. Lembro-me que a associação comprou um conjunto de casas velhas na rua 15 de Novembro, no centro, e Galdino me chamou pra dar opiniões a respeito. Coube ao arquiteto Araken Martinho, outro grande amigo, o projeto da nova sede que até hoje recebe aposentados e pensionistas.
Além de atender à todos na sede, a Associação sempre fez reuniões em bairros e visitas às portas de bancos e feiras livres para interagir com os aposentados.
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Quando Galdino me indicou para ser candidato a prefeito pela primeira vez, em 1996, me convidou para percorrer com ele as “portas dos bancos” onde se concentravam os aposentados que esperavam para receber seus salários. Isso acontecia logo pela manhã e nestas passagens rápidas os membros da associação entregavam o jornalzinho mensal da entidade e Galdino falava em voz alta sobre as principais informações de processos de aposentados, benefícios e reuniões. Ao final me dava a palavra, desde que eu não falasse de eleição, pois achava que não deveríamos misturar as coisas da Associação dos Aposentados com a política. Minha timidez não permitia que a voz saísse forte e clara como no discurso do mestre. Lembro que certa vez, após percorrer diversos bancos, perguntei a ele como estava me saindo. Ele disse “você ta melhorando a cada dia, o problema é que ninguém te ouve”. Comecei a falar mais alto.
A Associação dos Aposentados sempre teve muita vitalidade, muita presença na cidade e região. Sempre foi respeitada no meio sindical pela sua transparência e seriedade. Além da luta pelos direitos dos aposentados e pensionistas e contra as injustiças históricas cometidas contra esta classe, a Associação também esteve presente em lutas na cidade como aquela contra o aumento do IPTU em Jundiaí, a transformação do DAE de autarquia em empresa de sociedade anônima, dentre outras.
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Como minha aposentadoria saiu após 38 anos de trabalho, fui até a associação para me tornar sócio. Fiquei com a sensação que era apenas um ato burocrático pois me sinto sócio e parceiro há muito tempo desta entidade que me ensinou tanto e teve tanta importância na minha vida. Não foi por acaso que a festa da vitória da campanha de 2012 foi lá. E foi inesquecível. (foto principal: Facebook da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região)
PEDRO BIGARDI
É jundiaiense, 57 anos, engenheiro civil, casado com Margarete e pai de Patricia, deputado estadual (2009 – 2012) e prefeito de Jundiaí (2013 – 2016).