Em um contexto de transformação digital acelerada, o conceito de squads cognitivos, que são equipes híbridas formadas por talentos humanos e agentes de inteligência artificial vem ganhando destaque mundialmente. Mas, para quem está no comando (CTOs, CFOs, CEOs, conselhos de administração, empreendedores e empresários), a discussão precisa ir além do buzz: é essencial medir ROI, qualidade, risco e sustentabilidade da adoção.
Uma série de estudos já confirma ganhos reais de produtividade com IA:
- Segundo pesquisa apoiada pela Microsoft, 75% dos desenvolvedores usam IA regularmente, e 90% relatam aumento de produtividade; 88% apontam melhor throughput e 62% maior satisfação no trabalho.
- Um experimento controlado com GitHub Copilot mostrou que tarefas em JavaScript foram concluídas 55,8% mais rápido com IA.
- Na Atlassian, 68% dos desenvolvedores economizam mais de 10 horas por semana, revertendo esse tempo em mais qualidade ou novas funcionalidades. No entanto, ainda há perda de até seis horas semanais devido a ineficiências organizacionais. Esse paradoxo evidencia que a produtividade só cresce com estrutura adequada.
Além disso, um estudo com engenheiros da Google indicou que a IA reduziu o tempo de tarefa em cerca de 21%, apesar das variações estatísticas.
Um projeto legado de modernização envolvendo 120 desenvolvedores teve investimento de US$ 850 mil. Ao longo de 18 meses, alcançou ROI acumulado de 187%, com projeção de 340% em cinco anos.
Ferramentas de IA podem reduzir tempo de codificação em até 50%, detectando bugs mais cedo e acelerando entregas, resultando em ROI de 80% num exemplo estimado.
Em indústrias diversas, um banco viu 3,2 vezes o retorno no primeiro ano com sistema de detecção de fraudes AI; na manufatura, manutenção preditiva devolveu até 4,2 vezes em três anos.
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Estima-se que ferramentas como o GitHub Copilot podem adicionar até US$ 1,5 trilhão ao PIB global até 2030. E o mercado de agentes de IA, motor central de squads cognitivos, tem rápido crescimento: de US$ 3,7 bilhões em 2023, deve atingir US$ 103,6 bilhões em 2032, com uma taxa anual de crescimento (CAGR) de 44,9%.
Nem todos os pilotos de IA entregam valor concreto:
- Um estudo do MIT revelou que 95% dos projetos de IA corporativos não tiveram retorno mensurável, muitos estagnaram em fase piloto.
- Em paralelo, o ambiente financeiro viu uma seca de lucros frente ao hype, com incertezas sobre os efeitos de curto prazo da IA.
Esses resultados expõem três pontos críticos:
- Estratégia precária: muitas iniciativas falham por falta de adaptação de processos e cultura organizacional.
- Governança insuficiente: sem supervisão e compliance, IA pode introduzir riscos, vulnerabilidades ou vieses.
- Falha em escalar: sem clara mensuração de valor ou roadmap bem definido, projetos permanecem em piloto, consumindo investimentos que poderiam estar em terreno mais fértil.
Para extrair ROI real e controlar riscos, líderes devem adotar uma abordagem sistêmica:
- Seleção de projetos piloto com alto impacto: priorizar áreas como testes, documentação automatizada, refatoração contínua, QA (garantia de qualidade) inteligente e assistentes centralizados.
- Métricas claras desde o início: tempo salvo, cobertura de testes, bugs prevenidos, velocidade de entrega, satisfação do time, qualidade de código.
- Governança robusta: definir níveis de acesso, revisão humana exigida, monitoramento de desempenho e compliance regulatório.
- Cultura e capacitação: IA vem para ajudar, não substituir. Grupos de treinamento e comunicação ativa são fundamentais para internalizar a adoção.
- Escala sustentável: replicar sucesso de pilotos em novos squads, compartilhando ativos de conhecimento e boas práticas.
Squads Cognitivos demonstram potencial estratégico real, produtividade aumentada, entregas mais rápidas, qualidade padronizada, e escalabilidade com base no conhecimento automatizado. Porém, o caminho para colher esses valores exige:
- Execução com estratégia e mensuração clara.
- Governança e cultura alinhadas.
- Escala consciente, com ROI comprovado antes de expandir.
Sem isso, projetos arriscam virar símbolos de falência digital ao invés de ativos de transformação.
A pergunta que fica: sua organização está investindo em squads cognitivos como um vetor de crescimento estruturado e mensurável ou como mais um experimento arriscado em busca de hype ou medo de ficar fora do movimento?(Foto: Gemini)

ARTUR MARQUES JR
É cientista de dados e especialista em IA aplicada, com sólida atuação em educação digital e inovação. Coordena a pós-graduação digital na Cruzeiro do Sul Educacional e é PhD em Ensino de Matemática, Mestre em Física Computacional e Astrofísica. Atua como palestrante, mentor, cofundador do Grape Valley, é VP Fiscal do Hosp. GRENDACC e já foi VP da DAMA Brasil.
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