SUPERMÃES que enfrentam o coronavírus, salvam vidas e choram

SUPERMÃES

No Hospital São Vicente existem várias supermães trabalhando. São médicas, enfermeiras e técnicas em enfermagem que todos os dias veem pacientes chegando com coronavírus, acompanham o sofrimento deles, comemoram quando recebem alta e choram em casa quando morrem. Estas mulheres têm ainda a missão de literalmente não contaminar suas famílias com a tristeza e o vírus.

A técnica em enfermagem Sue Ellen Rosseto Ramos Sena Anjos, tem 31 anos e dois filhos: Kauã, de 10 anos, e Kaique, 6 anos(foto acima). Para ela não é fácil pensar que pode levar a doença para casa. “As crianças ainda não entendem a gravidade da situação. Eu tento sempre mostrar a verdade, falar o que é o coronavírus. E tomo todo cuidado. Chego em casa e vou logo tomar banho, evito abraçar”, diz.

As histórias tristes que acontecem no dia a dia do hospital são um outro problema. Sue Ellen não leva nada para casa. Então, desabafa no caminho. “Meu marido vem me buscar. É quando coloco tudo para fora. Desabafo e choro. Coitado dele. Evito falar das tragédias em casa”, explica.

O contato com outras mães praticamente não existe. O ambiente onde os pacientes estão é controlado. “Mesmo assim, procuramos mostrar para as famílias que estamos cuidando bem das pessoas. Tratamos os pacientes com carinho, deixamos as pessoas bonitas, com os cabelos arrumados, como se fossem nossos parentes. Sabemos que existe alguém lá fora preocupado. Mas eu também sei que faço o meu melhor e que existe um ponto que é o limite. Depois dele não posso fazer mais nada”, comenta.

A profissional tem ainda de lidar com o desespero da mãe, a dona Bete, de 64 anos. “Por ela, eu já teria saído do hospital. Sempre pede para eu arrumar outro emprego. Agora ela está em pânico por causa do coronavírus. Eu tento acalmá-la e explico que amo o que faço”.

A vida da enfermeira Valdirene Scholossarecke, 51 anos, também não é fácil. O filho dela é o Luiz Carlos, de 32 anos. E como todas as supermães que trabalham na área da saúde atualmente, tem medo. “Por isto tomo todos os cuidados, sigo as regras de segurança e procuro ver meu filho sempre com uma distância segura”, explica.

enfermeira
Valdirene é enfermeira no Hospital São Vicente e evitar falar sobre fatos tristes em casa

É inevitável chegar em casa triste depois de um dia de trabalho durante esta pandemia . Mas Valdirene evita levar assuntos do trabalho para a família. “Tem dias que a gente vê coisas que chocam muito e em casa percebem que estou mais chateada do que de costume. Acabam questionando. Mesmo assim, procuro não comentar”, diz.

Como uma das supermães do Hospital São Vicente, a enfermeira entende o sofrimento das outras mães que não podem entrar para ver seus filhos por conta das regras rígidas do hospital. “Conversamos bastante com os pacientes. Uma coisa que nos emociona muito é que os familiares trazem cartinhas para os seus doentes”, lembra.

Valdirene tem de lidar ainda com a apreensão da mãe, dona Maria Silvério, de 89 anos. “Ela está no grupo de risco. É hipertensa e diabética. A gente só se fala pelo telefone. Sei que vive com o coração apertado. Fico triste, mas é para o bem dela”, conclui a enfermeira. (Colaboração/fotos: Erica Fabiola Gáspari)

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