O presidente é republicano e nacionalista. É tudo o que quer o cidadão médio diante das ameaças da crise mundial. Os Estados Unidos surgiram depois da guerra como o novo centro do capitalismo mundial, uma vez que os financistas emigraram da Europa para lá. Londres perdeu importância diante do crescimento de Wall Street. A preponderância americana depende, também, do fortalecimento do mercado interno e, para isso, é necessária a oferta de produtos mais baratos e a defesa da produção nacional. A primeira proposta é enfraquecer os concorrentes por meio da imposição de tarifas de importação mais altas. Um retrocesso para uma nação que defendeu até bem pouco o livre comércio e a vitória de quem apresenta os melhores produtos com os preços mais baixos. Daí até a eleição presidencial é um passo. E vence o candidato que promove a proteção dos industriais e dos fazendeiros. Isso explica a vitória do Partido Republicano e o abandono das teses liberais defendidas pela oposição democrata.
A livre concorrência comercial não interessa mais aos Estados Unidos – ela favorece principalmente a Europa e, segundo o governo, é hora de pôr um ponto final na política comercial liberal do país. O presidente prometeu isso na campanha eleitoral e uma vez eleito tem que colocar na prática. É cobrado por deputados e membros do Congresso e não tem alternativa senão cumprir o que prometeu. O mercado financeiro não apoia essa política protecionista e se ressente da queda do valor das ações e da Bolsa de Nova York. Mas não tem como peitar os lobistas que não dão sossego na porta do Capitólio. Pressionaram os deputados, ameaçaram não financiar mais suas campanhas. O amplo espaço na mídia e o debate político se tornam uma grande máquina de mais reputações. Os slogans preferidos pelo republicano é “Ele faz as coisas melhores para você”. Ou, então, “O nome em que você pode confiar”. Eles sobreviveram na imaginação dos leitores ainda que as nuvens de uma grande crise tornam-se cada vez mais evidentes e escuras.
Uma maneira de fortalecer economicamente o país é aumentar as tarifas de importação. Isso teria dois efeitos. Aumentaria a arrecadação de impostos sobre produtos importados aliviaria a concorrência dos produtos estrangeiros. A lei aprovada no Congresso aumenta as tarifas de importação de aproximadamente 900 produtos em até 60%. Ainda é pouco, dizem os radicais republicanos. Os agricultores americanos se individualizaram para aumentar a produção e concorrer com os importados, sem sucesso. Os trabalhadores também apoiam a política do presidente, uma vez que a maioria dos empregos está no campo e eles são ameaçados de demissão com a quebra dos fazendeiros.
OUTROS ARTIGOS DE HERÓDOTO BARBEIRO
O avanço do protecionismo comercial teve três etapas: o projeto foi apresentado no Congresso, aprovado, e no ano seguinte sancionado pelo presidente republicano Herbert Hoover em 1930. Como previram os economistas independentes, os preços dos produtos de primeira necessidade, como ovos, açúcar, roupas e combustíveis, tanto para os carros como para o aquecimento das casas nos critérios de inverno do hemisfério norte, subiram de preço com o aumento das tarifas. Essa política nacionalista aprofundou a crise do sistema capitalista que teve o primeiro e grave problema com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. O turbilhão atingiu não só a sociedade americana como toda a economia mundial. Inclusive o Brasil, onde o cafezinho despenca. Não tem compradores e parte da safra é jogado no fundo do mar.(Foto: Kaboompics.com/Pexels)

HERÓDOTO BARBEIRO
Heródoto Barbeiro é jornalista do Record News, R7 e Nova Brasil (89.7), além de autor de vários livros de sucesso, tanto destinados ao ensino de História, como para as áreas de jornalismo, mídia training e budismo. Apresentou o Roda Viva da TV Cultura e o Jornal da CBN. Mestre em História pela USP e inscrito na OAB. Acompanhe-o por seu canal no YouTube “Por dentro da Máquina”
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES