“Quando se vê, passaram-se 50 anos!…” Esse trecho do poema “A Vida” de Mário Quintana já diz tudo: o tempo é implacável e passa tão rápido que quando percebemos já estamos chegando na reta final. E depois que o tempo passou, não adianta lamentar não ter feito isso ou aquilo, pois na vida nem sempre temos uma segunda chance. Não sei se você costuma fazer esse tipo de reflexão, já que pensar no tempo ou na passagem dele nem sempre é muito agradável, afinal, nos remete à nossa própria finitude. Entretanto, aceitar que somos finitos é o primeiro passo para compreendemos a importância que cada minuto tem em nossa existência. Portanto, vamos aproveitá-los da melhor maneira, sem olhar para o relógio.
Esses pensamentos me pegaram em cheio na última semana, com a morte precoce de uma grande amiga. Todo mundo sabe que a morte existe, faz parte da vida e que é necessário haver um espaço para se lidar com ela. Mas, apesar de todo o empenho, pesquisa e conhecimento conquistados durante a existência humana, o mistério que envolve a morte ainda é um dos mais centrais da nossa vida. Por isso que, na minha opinião, quem tem uma crença, seja ela qual for, consegue lidar melhor com a própria finitude e a despedida da vida. Felizmente, essa amiga querida era uma mulher de muita fé.
Com certeza, esse ano de 2020 está sendo pródigo em nos fazer pensar sobre o tempo que passa. Quantas pessoas queridas que se despediram neste período. Parentes próximos, amigos verdadeiros, colegas, conhecidos… Confesso que me sinto uma sobrevivente e a cada dia acredito mais no ditado: “envelhecer é um privilégio”.
Pensei muito antes de escrever esse artigo com foco na passagem do tempo, com medo de me embrenhar por um caminho sombrio, pessimista, pois era assim que estava o meu pensamento nesta semana. Mas não é essa a minha intenção. Viver e poder ver o tempo passar é uma das emoções mais intensas que um ser humano pode ter, mas infelizmente a morte faz parte do pacote.
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Por isso que o tempo é tão precioso e pode ser amigo ou inimigo. Pensamos na passagem do tempo como uma ampulheta implacável, cuja areia vai se esvaindo rapidamente, ou como uma viagem para novos conhecimentos e sensações? Somos nós que fazemos a escolha e ela vai nos dar uma pista para sabemos qual será o nosso estilo de vida, o que realmente merece valor, qual o nosso papel neste mundo, o que temos e somos nesta existência. Finalizo o artigo como comecei, com o poema de Mário Quintana: “não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá será desse tempo que infelizmente não voltará mais”.(Foto: 1freewallpapers.com)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na internet.
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