Um terminal intermodal para movimentação de contêineres será instalado na avenida Antônio Frederico Ozanam, no jardim Shangai, em Jundiaí (ilustração abaixo/Google Earth), pela MRS Logística. No final de junho, Prefeitura publicou o estudo de impacto que o empreendimento causará para a região e as contrapartidas que a empresa dará. Poucos dias depois, o Jundiaí Agora publicou reportagem sobre o assunto. Segundo o documento, o terminal começará a funcionar ainda neste ano. Na ocasião, representantes da MRS disseram que o projeto estava em fase embrionária.

CONTÊINERS

De acordo com a Prefeitura, o terminal ficará no número 1805, numa área cedida pela União à empresa. O terreno fica perto do Sesc e da Ponte de Campinas. Na primeira fase, quando a movimentação de contêineres será pequena, será utilizada a estrutura já existente “como o desvio ferroviário e o pátio”. Quando começar a operar, possivelmente ainda em 2017, estão previstas 27 viagens por dia. Até 2026, o número de viagens saltará para 126/dia. O terminal funcionará 24 horas. “O empreendimento causará ruídos, o que é potencialmente negativo para os vizinhos, prejudicando possíveis empreendimentos residenciais nas proximidades”, afirma o estudo da Prefeitura. Para a segunda fase, a MRS pretende construir um prédio e instalar um tanque aéreo de 15 m³ de diese para abastecer empilhadeiras.

O documento (abaixo/primeira página/Imprensa Oficial de 28 de junho de 2017) afirma ainda que a malha viária será afetada pela movimentação de carretas que transportarão os contêineres. “As ruas e avenidas estão saturadas antes mesmo da instalação do terminal”, afirma o estudo. Para reduzir o impacto no trânsito, os caminhões deverão transitar antes das 6 horas e depois das 22 horas. A Prefeitura exigirá também a construção de pontes sobre o rio Jundiaí para melhorar o fluxo de veículos naquela região da avenida Antônio Frederico Ozanam. Não está especificado no estudo quantas pontas pontes e em quais locais elas serão construídas.

CONTÊINERES

Para a Prefeitura, a reativação do transporte ferroviário de cargas em contêineres “trará de volta uma operação logística que já existia até 2011 e que beneficiará as empresas aqui instaladas, bem como propiciará a vinda e instalação de novas empresas devido as vantagens da ligação ferroviária direto com o Porto de Santos e vice-versa, oferecendo segurança, custos atrativos, geração de empregos e arrecadação”.

Jundiaí, já conhecida pela sua logística, ganhará ainda mais com o empreendimento. “Empresas que avaliam a possibilidade de instalar-se em Jundiaí e que operam com o mercado externo, principalmente via Porto de Santos, aprovam esse modelo pelos motivos acima expostos”, ou seja: novos empreendimentos deverão serão atraídos para a cidade.

Em julho, o Jundiaí Agora – JA – entrou em contato com a assessoria de imprensa da MRS. Um dos questionamentos feitos relaciona-se à localização exata do terminal já que o número 1805 fica numa faixa estreita de terra entre a pista sentido avenida Nove de Julho e o rio Jundiaí, bem perto do Sesc e quase ao lado da Ponte de Campinas, que dá acesso à rodovia Geraldo Dias. A área fica a pelo menos 500 metros de distância da ponte da linha férrea que cruza a avenida Antônio Frederico Ozanam. O estudo de impactos feito pela Prefeitura cita, inclusive, que a área sofre enchentes. O JA também questionou qual é a previsão da empresa para o início de atividades, quantos empregos gerará, como foi a negociação com a União para a cessão do terreno e quais serão exatamente as contrapartidas que a empresa dará para o município.

A MRS – Na época, Diogo Kling, da gerência geral de comunicação da MRS respondeu que “o projeto ainda está em fase embrionária. Por isso, seria leviano respondermos qualquer uma das dúvidas neste momento. Quando o projeto estiver mais maduro, entraremos em contato e repassaremos todas as informações”. Pelo visto, a gestação de um empreendimento nestes moldes é bastante rápida já que o terminal deverá estar funcionando em novembro.

Segundo o site da empresa, a MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. Hoje, a companhia está entre as maiores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada nos anos 1990. Quase 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS. (foto principal www.mrs.com.br)