Traviú terá 10 TORRES de alta tensão, livro e rota cultural

Em setembro de 2014, o então secretário de Agricultura da Prefeitura de Jundiaí, Marcos Brunholi, reuniu-se com representantes da Mata de Santa Genebra, concessionária de transmissão de energia elétrica(ao lado) e moradores e agricultores do bairro do Traviú. Três meses antes, o Executivo tinha descoberto um projeto federal que colocaria torres de alta tensão no bairro, o que poderia colocar em risco as plantações de uva. Quatro anos depois, com a confirmação de que 10 torres serão mesmo instaladas no Traviú, o bairro ganhará um livro e exposição fotográfica sobre sua história como contrapartida. “Travihú: Nossa Gente, Nossa História” será lançado no próximo dia 27, 19 horas, no salão social da Associação Amigos do Travíu.

Dinah Thomazetto Zanatta, do conselho deliberativo da associação, informou que os donos de terrenos onde as torres serão instaladas já foram indenizados. “Já está tudo formalizado e acordado. Não há nenhuma ação. Não há nenhuma briga judicial. Eles(a concessionária) ofereceram fazer algo em contrapartida ao impacto ecológico que empreendimento causará. Optamos por uma ação cultural. Decidimos que um livro seria bom. A Prefeitura acompanhou todo o processo. O livro foi escrito a muitas mãos. Foram feitas muitas entrevistas com moradores e agricultores”, explicou. O lançamento do livro coincidirá com a Semana do Agricultor(ao lado), segundo Dinah. “Várias autoridades da Prefeitura participarão do evento no dia 28. Nesta ocasião será divulgado um mapa turístico colocando o Traviú como rota da cultura italiana em Jundiaí”, concluiu

Estudos – Através de nota, a Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura informou que a linha de alta tensão foi objeto de um Estudo de Impacto de Vizinhança EIA/RIMA porque atinge os Estados de São Paulo e Paraná. Durante a fase de licenciamento, a Prefeitura apresentou propostas alternativas de traçado para reduzir a extensão da faixa da linha de alta tensão em Jundiaí. Contudo, a faixa atingirá alguns bairros do município, entre eles o Traviú.

O terreno sob a faixa da linha não pode ser utilizado para construção ou plantio de árvores altas, isto é, sofre restrições. O EIA/RIMA definiu um conjunto de medidas mitigatórias, e a publicação do livro é apenas uma delas. A empresa se comprometeu a implantar o projeto de suporte de parreirais de acordo com a escolha dos produtores da região (poderá ser cabo de aço galvanizado ou cabo de aço galvanizado com PVC), realizará o soterramento e seccionamento, bem como a sua manutenção durante a operação do empreendimento. Além disso, a empresa terá de realizar ação de comunicação social e educação ambiental a fim de orientar os produtores quanto às questões de segurança e manutenção dos aterramentos. O processo no IBAMA que tratou do licenciamento é o de nº 02001.000480/2014-38, informou a Prefeitura.

Outra nota – A concessionária de transmissão de energia foi a responsável pela divulgação do livro que contará a história do Traviú. Em nota, a empresa afirma que “após análise dos estudos ambientais e realização de audiências públicas, foi constatado que a linha de transmissão Itatiba-Bateias atravessaria o bairro do Traviú, conhecido por sua história, cultura italiana tradicional e cultivo da uva Niágara, espécie que surgiu nas terras do bairro.

No dia 27 de janeiro de 2015 foi realizada audiência pública em Jundiaí para apresentação do EIA/RIMA do empreendimento. Dois meses depois foi emitida a Licença Prévia do Empreendimento. Após aprovação do Plano Básico Ambiental (PBA), documento que detalha os Programas Ambientais a serem executados durante as obras para minimizar, mitigar ou compensar os impactos ambientais previstos no empreendimento, o IBAMA emitiu a Licença de Instalação (LI), em 18 de dezembro de 2015. O empreendimento tem aproximadamente 990 km de extensão e 1953 torres, sendo que 10 torres estão previstas no bairro Traviú. O investimento do projeto gira em torno de R$ 1, 5 bilhão.

Dentre os 20 Programas Ambientais que integram o PBA está previsto o Programa de Educação Ambiental (PEA), Jundiaí, mais especificamente a comunidade do bairro Traviú foi contemplada com a sua execução.

O objetivo principal do Programa de Educação Ambiental é o desenvolvimento de ações e projetos concebidos e formulados por meio de um processo participativo, como foi o caso do Projeto de Apoio ao Resgate e Valorização da Cultura Tradicional do Traviú.

Diante desse quadro, prossegue a nota, reconhecendo a importância cultural do bairro e movidos pela mobilização da comunidade, foi elaborado o Projeto de Apoio ao Resgate e à Valorização da Cultura Tradicional do Traviú. O resultado desse processo é o livro “Travihú: nossa gente, nossa história”, e a exposição de fotos do acervo de imagens pessoais dos imigrantes italianos que foram elaborados de forma coletiva, por meio de diversos encontros entre representantes da MSG e a comunidade, com o objetivo de de registrar e transmitir sua história para as novas gerações.

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A nota de divulgação informa que a Mata de Santa Genebra é uma formada pelas empresas públicas Copel e Furnas, com o objetivo de implantar e operar as Linhas de Transmissão 500 kV Itatiba-Bateias, Araraquara 2–Itatiba, Araraquara 2–Fernão Dias e subestações associadas, que farão parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), de produção e transmissão de energia elétrica no Brasil.




 

Saiba todos os detalhes sobre a Semana do Agricultor Jundiaiense

Nesta segunda-feira (23), a Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAT) dará início à Semana do Agricultor Jundiaiense 2018, que conta com uma série de atividades pensadas para valorizar o produtor local. A programação conta com eventos técnicos, fóruns de discussão e missa, entre outras atividades.

A abertura ocorre na segunda, às 8h, com uma reunião do prefeito com os gestores da Prefeitura no Sítio São Gerônimo, no bairro Jundiaí Mirim. A ideia é valorizar o agronegócio por meio de uma visita do chefe do Executivo a uma propriedade rural, conforme explica o gestor da UGAAT, Eduardo Alvarez. “Faremos também a entrega da cartilha do Serviço de Inspeção Municipal, os primeiros registros e a entrega do Selo de Qualidade do Departamento de Abastecimento”, acrescenta.

Na terça-feira (24), tem início os eventos técnicos, com palestras sobre o tema “A água na agricultura”, que serão realizadas entre 8h e 13h na Fazenda Ermida, bairro Eloy Chaves. Na ocasião, serão apresentadas aos produtores rurais as mais modernas técnicas de irrigação, com orientações quanto aos novos procedimentos para obtenção de dispensa ou outorga pelo uso da água.

A programação continua com a segunda edição do Fórum Jovens Rurais, na quarta-feira (25), no Recanto Marquezin, bairro da Toca. O evento, realizado em parceria com a Embrapa, tem como objetivo aproximar as gerações de agricultores para discutir a sucessão rural, além de promover um debate sobre novas ideias, anseios e desafios do setor. A ação é voltada à região do Circuito das Frutas, com foco em Jundiaí.

Na quinta (26), o Fórum “A força da mulher no agronegócio”, realizado pela primeira vez no ano passado, terá a sua segunda edição, das 14h às 17h30, na Unidam (antigo Viveiro Municipal), que fica no Jardim Florestal. A programação completa da Semana do Agricultor Jundiaiense pode ser conferida neste link. É importante destacar que todos os eventos são gratuitos. Para participar, no entanto, é preciso fazer a inscrição por meio dos telefones (11) 4589-8581/8872/8692. (editada às 13h45 de 23 de julho)