Passada a euforia deixada por Gilmar Mendes e seus parceiros do TSE, o Governo Temer tenta se levantar das cinzas e a colocar em prática as reformas nada populares que se encontram no Congresso Nacional. Para isso, na última terça-feira, o presidente da República reuniu governadores que integram sua base de apoio para pedir força nas aprovações da Reforma Trabalhista e da Reforma da Aposentadoria. A dúvida que resta agora se refere às próximas eleições. Como ficarão as urnas?

Interessante ver a postura de juízes e políticos neste caso que a televisão mostrou ao vivo para todo o Brasil: julgava-se o uso de poder econômico da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014 e, na mesa de votação estava o ex-advogado de Dilma. Os demais juízes aprovaram sua presença ali. E, claro, ele votou em benefício da chapa… Além disso, as delações premiadas não deram prêmio a ninguém nesta votação: os juízes foram contra elas. Estava desenhado o cenário sonhado por Temer: barrar a cassação da chapa! Como voto definitivo, surge Gilmar Mendes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral para dizer que não compactuava com o parecer do relator e votava pelo arquivamento do processo.

Em entrevista, depois da votação, Mendes afirmou que pensou na Nação, que não se pode mudar de presidente da República todo ano, pois assim o Brasil não vai para frente. Então, beneficiou-se o crime! O crime, nesta história, compensou! Se houve erro, se houve dolo – e o relator, o juiz Herman Benjamin, mostrou, com provas, que houve caixa 2 nesta história e que a chapa deveria ser punida.

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Mas como o Brasil é o país do “tapinha nas costas”, do “tudo bem, desta vez passa”, a Nação se viu frustrada com o resultado da votação dos juízes. Lamentável atuação o que mostra que nem sempre a Justiça tarda, mas não falha! Na verdade, não houve justiça neste caso.

Mas, virando a página, percebe-se que há uma ação do Governo para aprovar suas reformas, como já dissemos, e se completa com tentativas de barrar a Operação Lava-Jato. Cria-se medidas provisórias para proteger suspeitos e retarda-se depoimentos por parte do presidente na Polícia Federal.

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Dentro de tudo isso, com pouco mais de um ano para eleições, é certo que a fuga dos eleitores será ainda maior do que a ocorrida em 2016. O que se lamenta, já que são quase 200 milhões de eleitores e o número de abstenção, que superou 17% no ano passado, deve passar de 20% em 2018. (foto acima: José Cruz/Agência Brasil)

 

URNASNELSON MANZATTO

Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com