TUDO PASSA

tudo passa

Já utilizei o título Tudo Passa, quando escrevi, há alguns anos, sobre a coincidência de dois fatos que ficaram gravados na minha memória. Certo dia, retornando à casa, após acompanhar uma amiga à sua última morada, uma vizinha veio ao meu encontro, muito sorridente e informou que sua netinha nascera naquela manhã, que era bonita, saudável e trazia alegria para toda a família!

Diante de tanta felicidade busquei, em meu recôndito emocional, sorrisos para esse momento tão especial e dei-lhe meus sinceros parabéns. Depois, fiquei comparando as situações: uma se vai; outra chega. Lei da vida, tudo é finito!

Fiquei imaginando o ciclo da vida; uns partem, outros chegam. No trem da vida, uns vão desembarcando para ceder lugar a outros…

 Ao entrar em casa, meu neto pergunta:

– Vovó, onde você foi?

Respondi que fui despedir-me de uma amiga que partiu para o Céu. Ele, criança esperta, logo perguntou:

– Ela foi de avião?

Rio, por dentro, e respondo que ela não precisou de avião porque morreu e que só as almas vão para o Céu.

Ele torna a questionar:

– Por que as pessoas morrem?

Respondi:

– A gente morre para dar lugar aos que nascem. Se meu pai e minha mãe não tivessem morrido, você não teria nascido. Tudo é assim, também as plantas e os animais morrem para novos nascerem…

Ele pareceu entender e não perguntou mais nada, ainda bem!

Olho para a casa da frente e vejo a mãe com o bebê ao colo, parece muito feliz com a primeira filhinha! Que maravilha, Senhor!

Lembro-me de uma máxima que Chico Xavier costumava citar sempre:

 – Tudo passa!

Neste momento, com tantas incertezas, medos e preocupações com a pandemia do Coronavírus e suas mutações, ouve-se com frequência essa máxima, talvez como consolo para amenizar o sofrimento de tantas famílias, mas a vida seguirá o seu curso, quer queiramos ou não, tudo passará.

Lembro-me de uma citação do Eclesiastes – um dos livros do Velho Testamento – que foi citada por Érico Veríssimo em seu livro O Tempo e o Vento: “Uma geração se vai, outra geração vem; porém a Terra para sempre permanece. E nasce o Sol, e põe-se o Sol, e volta ao lugar onde nasceu. O vento vai para o Sul e faz seu giro para o Norte, continuamente vai girando o vento, e volta fazendo seus circuitos”.

Neste momento de recordações e com o pensamento voltado para a finitude, relembro o dia em que encontrei muitos troféus em uma caçamba de lixo.

MAIS ARTIGOS DE JÚLIA FERNANDES HEIMANN

PADROEIROS DO BRASIL…

HILDA HILST

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Foram oito troféus que alguém havia conquistado em concursos. Homenagens prestadas a quem alcançou os primeiros lugares e, com certeza, teria ficado muito feliz! Talvez a pessoa homenageada já esteja no Parnaso Eterno – onde de nada valerão os troféus terrenos – e a família desfez-se deles para desocupar lugar, isso é corriqueiro.  Geralmente, esse tipo de homenagem é simbólica, sem valor material, pois se fossem, seriam aproveitados!

Mas quem os recebe tem o sentimento de vencedor, e o é, realmente, nesse momento! Tudo passa…(Foto: zhuanlan.zhihu.com)

JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.

VEJA TAMBÉM

NA GRAVIDEZ, OLHOS PODEM APRESENTAR PROBLEMAS. ASSISTA AO VÍDEO DA GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI