ediO Top Digitais, do Jundiaí Agora (JA), continua ganhando corpo. Além de Leo Fluz, Kell Luz e Conceição Pacheco, o jornalista Édi Gomes – que é pai de santo – fará parte deste projeto, linkando o blog do Templo de Umbanda Oxumaré e Caboclo Luar da Mata ao JA. O depoimento de Édi:

“Há alguns dias eu fui surpreendido com o convite do jornalista Marco Antonio Sapia para falar um pouco da religião Umbanda, a qual abracei aos 19 anos, e o Marquinho estava lá. Praticamente começamos juntos. Mas, apesar do mundo ser redondo, os caminhos nos levaram para estradas diferentes nesta grande esfera.

Eu me mantive na Umbanda, mesmo com todo o preconceito e intolerância contra quem cultua Deus de uma forma fora dos padrões que uma parcela julga “a mais correta”.

Porém, o que faz dos homens e mulheres os “donos da religião”?

Nas sagradas Tábuas dos Dez Mandamentos não foi gravado “somente esta será a forma correta de cultuar Deus; não poderão bater tambor, usar branco e tampouco acender velas e adorar imagens? Não, né?

No filme “A Cabana” (acima), a personificação de Jesus Cristo, Oxalá para nós umbandistas, diz algo tipo “não quero escravos…”.

Um belo recado para fanáticos de plantão, intolerantes, e quem gosta de dizer ser temente a Deus e não respeita a Fé do próximo.

No terreiro que dirijo, Templo de Umbanda Oxumaré e Caboclo Luar da Mata, na Vila Aparecida, em Jundiaí, tomo cuidado para não alimentar situações que beiram o fanatismo.

Aqueles excessos de médiuns, que estão aprendendo a lidar com esta faculdade, comum ocorrer nas iniciações, até compreenderem que a mediunidade está ligada às emoções. Com isso é preciso conhecer os próprios sentimentos e deixar fluir o trabalho das Entidades.

Somos apenas instrumentos no transe de incorporação, porém médiuns 24 horas. Temos que ter conduta moral, como em qualquer religião, respeito ao dirigente e, mais ainda, aos colegas da Corrente Mediúnica e a Assistência que vem em busca de atendimento para os males do espírito e do físico.

Então, é preciso esclarecer, orientar e orientar, orientar mais um pouco e para finalizar, mais uma orientação. Cada um tem o tempo de aprender e isso é respeitado pelas Entidades. A nós, cabe devolver este respeito com dedicação ao auxílio prestado ao irmão que está em desespero.

Encerro este primeiro artigo com uma parte do discurso que fiz quando comemoramos 10 anos de fundação, em fevereiro de 2016.:

“Caridade não é estar disponível às pessoas uma vez por semana, aos sábados ou domingos. É preciso praticar a Caridade da liberdade de exercer a Fé e o Amor; a disponibilidade de servir e dividir; a alegria de poder enxugar as lágrimas das pessoas; e da responsabilidade de aconselhar e diminuir os possíveis conflitos do dia-a-dia.”

Que Pai Oxóssi abençoe o seu dia! Fraternais abraços!”


EDIPAI ÉDI GOMES
É jundiaiense, filho de Oxóssi com Oxum. Cursou Comunicação Social na FACCAMP – Faculdade Campo Limpo Paulista. Atualmente trabalha como assessor de imprensa em São Paulo. Foi consagrado Sacerdote do Culto Afro em 22 de janeiro de 2006, pelo Babalorixá Salvador Maria, do Templo de Umbanda Caboclo Flecha Ligeira. Desde 4 de janeiro do mesmo ano, é dirigente do Templo de Umbanda Oxumaré e Caboclo Luar da Mata, localizado em Jundiaí.