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UNIVERSITÁRIA GRÁVIDA vende balas em semáforo de Jundiaí

universitária

Jennifer Merfet, de 32 anos, fala bem. Sem embaraço, comenta detalhadamente a vida que leva, as dificuldades financeiras e a gratidão a Deus por ter forças para trabalhar. Jennifer mora em Francisco Morato e todos os dias vem para Jundiaí vender balas no semáforo da rua XV de Novembro com a rua Princesa Isabel, na vila Arens. Universitária, grávida de quase nove meses, enfrenta o preconceito de muitos e recebe elogios de outros. Impassível, a vendedora segue no cruzamento de domingo a domingo, com sol e chuva, porque tem o sonho de voltar trabalhar com carteira assinada. “Eu sei que vou conseguir”, diz ela com fé inabalável.

Casada, mãe de quatro filhos(13, 10, 8 e 6 anos), ela conta que os problemas começaram em maio do ano passado quando a família sofreu um acidente de trânsito. “Perdemos nosso carro. Mas, graças a Deus, ninguém se feriu”, explica. Jennifer e o marido decidiram vender balas em semáforos. Agora, ele conseguiu dinheiro para alugar um automóvel e voltar a atender por aplicativo. “Meu esposo não queria que eu continuasse no cruzamento. Mas eu sei que ficarei muito tempo sem trabalhar. E só com a renda deles passaremos mais dificuldades”, diz.

A universitária grávida acorda todos os dias às 6 horas. Cuida dos filhos que são levados para a escola pelo marido. Enquanto isso, ela pega o trem com destino para Jundiaí. Fica no semáforo até 12 horas. Vai a pé até o restaurante Bom Prato, na rua Vigário J.J. Rodrigues – uma caminhada de quase um quilômetro -, onde almoça. Em seguida, retorna para o semáforo onde continua oferecendo os doces até as 16 horas. Depois, caminha até a estação ferroviária e volta para casa. Cuida dos filhos, arruma a casa, faz o jantar e assiste às aulas da faculdade de logística. Ela paga R$ 127 por mês pelo curso. E este é outro motivo para estar de domingo a domingo no semáforo. A rotina em casa termina umas 21h30, 22 horas. É quando, enfim, vai descansar para a labuta do dia seguinte.

Ela escolheu o cruzamento da rua XV de Novembro com a rua Princesa Isabel por ser um local mais tranquilo, onde não correria risco de ser atropelada. “Aqui também tem sombra e há água nas proximidades”, conta. Para uma grávida de quase nove meses, porém, o trabalho não é fácil. “As vezes não me sinto bem. Aí eu paro e sento um pouquinho para descansar”.

É no momento em que se aproxima dos carros que a universitária grávida percebe o que vai na alma de cada um. “Alguns motoristas elogiam o meu trabalho, dão parabéns pela força de vontade, que, na verdade, é mérito de Deus que me ajuda e me sustenta. Mas tem muita gente que critica. O trabalho nos faróis já é muito marginalizado. E quando veem uma mulher grávida falam que estou usando a barriga para me favorecer. Estas pessoas não entendem a necessidade da minha família”, argumenta.

Jennifer trabalhou por 12 anos como auxiliar administrativa. Tinha carteira assinada. Nessa época morava em Praia Grande. Daí veio o acidente e ela e o marido decidiram se mudar para Morato. Nos cinco meses que está vendendo balas, nunca recebeu uma oportunidade de trabalho. “Como estou grávida, por causa da pandemia eu teria de ser afastada automaticamente. Além disto tem a licença-maternidade. Os empregadores entendem que eu seria um problema”, explica. A família não recebe nenhum tipo de auxílio. “Nossa ajuda é o nosso próprio trabalho. Deus é quem nos dá força para trabalhar um dia para sobreviver o outro”.

Se a universitária grávida vender três caixas de balas por dia consegue faturar R$ 68. Ela afirma que vende quatro caixas. “Este é um trabalho digno. Mas é um quebra-galho. Sonho em conseguir um emprego na minha área e dar estabilidade financeira para minha família. Só não tive esta oportunidade porque estou grávida”.

Sobre o bebê que está chegando, ela conta que já fez três exames para saber o sexo. Em nenhuma das vezes os médicos conseguiram ver se virá um menino ou uma menina. “Acho que será uma menina. Nunca errei o sexo dos meus filhos”, afirma com a certeza que só uma mãe pode ter. Quem quiser ajudar Jennifer e a família dela ou mesmo contratá-la após a gravidez pode entrar em contato pelo (13) 9 8802 5858.

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