Técnicos da Embrapa estão em Jundiaí e nas cidades da região para determinar novo protocolo contra a podridão-da-uva madura, doença causada por um fungo. Além de apresentação sobre a doença para representantes dos produtores, os técnicos visitaram propriedades que terão acompanhamento técnico para estabelecer novo protocolo contra a doença.
No último dia 16, o Jundiaí Agora publicou entrevista com o gestor de Agronegócio, Abastecimento e Turismo da Prefeitura, Eduardo Alvares. Ele confirmou informações do deputado Estadual Lucas Bove, que apresentou moção ao Governo de São Paulo para que investigue a podridão da uva madura. Segundo Alvares, Jundiaí conta com mais de 500 produtores e 10 milhões de videiras. A estimativa da safra, cuja colheita começou em dezembro do ano passado, era de aproximadamente 38 mil toneladas. Segundo Alvarez, a gravidade da doença depende da cultura, fatores climáticos, época da produção e tipo de manejo.
Na propriedade de Ademir Minjone, 59 anos, no Caxambu, a podridão-da-uva quebrou as duas últimas safras de uva niagara rosada. “São 8,5 hectares de plantio de uvas. A última safra foram colhidas 35 toneladas de uvas. Agora, nesta última safra não conseguimos nem mil caixas. Fiz de tudo o que já estava disponível, mas até agora, não tivemos sucesso”, explica o produtor, que não quer deixar o cultivo da fruta que sempre esteve na família.
A propriedade de Minjone foi uma que recebeu a visita dos técnicos, que indicaram manejos e protocolos para ser aplicados nesta safra. De acordo com o gestor da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), Eduardo Alvarez, além da propriedade que será escolhida para o acompanhamento, ainda será disponibilizado um protocolo de cuidado emergencial, para a contenção da doença, para uso entre todas as propriedades.
Os pesquisadores Lucas Garrido da Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves e Rosemeire de Lellis Naves, pesquisadora Embrapa Uva e Vinho de Jales visitaram propriedades em Jundiaí.
“Essa é uma parceria formada pela Embrapa, prefeitura, IAC e a ETEC Benedito Storani para auxiliar os produtores a superar o desafio do fungo Glomerella cingulata. Cada instituição embarca com a sua tecnologia e pessoal disponível”, explica Alvarez, que destacou um engenheiro agrônomo para assessorar no trabalho.
Segundo o presidente da Associação Agrícola de Jundiaí, René Tomazetto, a atividade é uma luz para os produtores. “Agora os produtores podem se sentir esperançosos, pois viram que em outras regiões a situação foi controla”, comentou.
Frente de trabalho – Para controlar o avanço sobre os vinhedos paulistas da podridão-da-uva-madura, além de pesquisadores, agricultores, agrônomos, assistentes rurais, técnicos de extensão rural e colaboradores da Embrapa, Governo do Estado, secretarias municipais e organizações representativas dos produtores, fazem parte do grupo.
“Foi traçado um plano emergencial para o controle da doença. A proposta é disponibilizar um conjunto de medidas testadas e validadas para o controle racional da podridão-da-uva-madura que afeta as videiras paulistas, com coletas de materiais para análise, que serão encaminhadas para laboratório, onde será avaliada a resistência do patógeno aos principais grupos de princípios ativos de fungicidas disponíveis e registrados para a videira.
A doença – Causada pelo fungo Glomerella cingulata, a podridão-da-uva-madura provoca manchas circulares marrom-avermelhadas sobre o fruto, que posteriormente, atingem todo o cacho, deixando o grão de uva escuro e murcho. Temperaturas entre 25°C e 30°C e alta umidade proveniente de chuva, orvalho, irrigação ou cerração são condições ideais para a ocorrência e desenvolvimento da doença.
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