VASO quebrado

VASO

A colocação sobre o vaso quebrado, no dia 22 de julho, em que a Igreja Católica Apostólica Romana celebra a festa de Santa Maria Madalena chamou-me a atenção. A reflexão é do professor e escritor irlandês Clive Staples Lewis (1898-1963), no livro “O assunto do Céu”: “É bom estar ainda sob os cuidados de Maria Madalena. (…) Ocorreu-me, outro dia, o sentido alegórico de sua atitude grandiosa. O precioso vaso de alabastro, que se deve quebrar sobre os pés sagrados, representa o coração. É mais fácil falar do que fazer. E o conteúdo só se transforma em perfume quando é quebrado. Enquanto está seguro do lado de dentro, mais se assemelha a esgoto”.

Dos livros sobre ela, aquele de que mais gostei foi “Maria Madalena – De personagem do Evangelho a mito de pecadora redimida” da teóloga italiana Lilia Sebastiani(Editora Vozes), presente do inesquecível Dom Roberto Pinarello de Almeida em 1995.

Para Sebastiani, Maria Madalena, é uma figura emblemática e existem várias lendas madalenianas, não sendo a prostituta arrependida, como muitos consideram. De acordo com os dados evangélicos, é citada como aquela de quem Jesus expulsara sete demônios – segundo São Gregório – o número sete representa a totalidade, seria repleta de todos os pecados – e que acompanhava os Doze (Lc 8,1-3); estava aos pés da Cruz com Maria mãe de Jesus e Maria de Cléofas ( Jo 19, 25); foi ao sepulcro de madrugada (Mateus 28, 1) viu o Senhor ressuscitado e foi anunciar aos discípulos que O viu e o que Ele lhe dissera (Jo 20, 18).

A mulher que unge os pés de Jesus com perfume num vaso, após tê-lo banhado com suas lágrimas e enxugado com seus cabelos, de acordo com o estudo, não é Maria Madalena. As três mulheres que se encontram aos pés de Jesus, em momentos diferentes, contudo evocam humildade profunda e adoração. A comunhão com Jesus, para elas, é uma experiência de integralidade. Amam muito Jesus, com quem se encontraram e descobriram o sentido profundo do ser. Quebraram o seu coração, saíram de si mesmas para segui-Lo.

Destemida, nada afastou Maria de Magdala do caminho empreendido, nem o tamanho da pedra, nem o medo dos guardas, até chegar intrépida ao sepulcro do Senhor.

Para o teólogo Ernest Joseph Renan (1823-1892) em seu livro “Os Apóstolos”: Madalena soube, melhor do que qualquer outro, afirmar o seu sonho, impor a todos a santa visão de sua alma apaixonada com a sua grande afirmação: ‘Ele ressuscitou!’

O anúncio de Maria de Magdala, como escreveu Lilia, ainda está vivo, até o fim dos tempos ou até que haja mais portas fechadas por medo. Ela anuncia que o Senhor está vivo e nos convida a vivermos como ressuscitados.

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

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