VIDA OU MORTE, num minuto

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Poucos segundos, mínimos centímetros, um lapso e estamos de frente com a morte. Nada na vida é tão incerto do que a própria vida. Isso ficou mais do que evidente nesta semana, quando aconteceu o atropelamento que vitimou o ator Kayke Brito. Esse assunto foi e está sendo explorado ao exagero pela mídia, inclusive com vídeos mostrando o momento exato do fato, quando o corpo do jovem é atingido por um carro e lançado pra cima, e em seguida cai no asfalto. Cena chocante. Mas essas imagens de terror viralizaram na web e estão sendo usadas exaustivamente para alavancar a audiência de programas vespertinos, de fofocas, femininos e também os telejornais.

Impressionante como o ser humano gosta de disso. Existe uma atração mórbida pela tragédia alheia e isso somente a psicologia poderia explicar. O fato é que a dor do outro é sempre motivo de curiosidade, e esse outro nem precisa ser famoso, basta ser um conhecido qualquer. Mas se esse outro for uma figura pública, especialmente uma celebridade, ator global ou blogueiro de peso da Internet, a tragédia vira um espetáculo midiático. Dá até pena da vítima ou pior, da família da vítima.

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Essa tragédia envolvendo o atropelamento do ator global me deixou um ponto forte de reflexão: não  temos qualquer poder sobre nosso futuro, que está  apenas um minuto adiante. Neste momento estou escrevendo esse texto, mas dentro de alguns segundos, quem sabe… Nos damos muita importância, como se fôssemos eternos, onipresentes, onipotentes. Mas a vida nos mostra que estamos redondamente enganados. Um passo em falso, uma imprudência, uma rebeldia transloucada, uma falta de atenção pode nos levar a descobrir que a existência é tão ou mais inconstante do que um sopro, um estalar de dedos, uma piscada.

Mas essa consciência sobre nossa própria insignificância só vamos adquirindo com o passar dos anos, com a observação da nossa própria história. Essa consciência chega devagar, com a aproximação da velhice, e nos faz dar valor para o que realmente importa: acordar de manhã, olhar para o céu, agradecer por mais um dia de vida e por poder conviver com quem a gente ama. Afinal, numa fração de segundo tudo isso pode se transformar apenas numa lembrança de um dia atrás. E para nossa tristeza, não temos superpoderes para trazer o passado de volta ou uma máquina do tempo, para refazermos nossos atos.  A vida tem sempre razão.(Foto: Karolina Grabowska/Pexels)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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