Durante a década passada, a sociedade ainda estava se adaptando à ideia da quantidade de tempo passado na frente do computador. Mas, com o passar dos anos, essa relação com as telas foi se transformando. Hoje, independentemente de idade, sexo ou credo, vivemos ultraconectados às telas, principalmente àquelas que cabem em nossos bolsos. A adaptação ao uso dos computadores por longo período de tempo ocorreu de forma tão intensa que carreiras foram surgindo a partir da necessidade de uso da tecnologia. Dentro desse contexto, uma das formas mais comuns da transformação de hobby em carreira foi a do desenvolvimento de jogos para videogames. O mercado brasileiro, que antes era inexistente, hoje possui um grande número de pessoas que se dedicam a produzir jogos, seja de maneira independente ou em associação a grandes estúdios. É uma carreira que de fato permite que quem antes estava “apenas jogando um jogo” seja levado até mesmo para terras estrangeiras, reunindo-se a conglomerados de mídia para desenvolver jogos que chegam em nossas casas por meio dos discos ou das redes de internet.
(Foto principal: Unsplash)
O desenvolvedor que não consegue entrar no mercado de jogos não é necessariamente uma pessoa frustrada. Por conta de suas habilidades de programação, é fácil conseguir um emprego em outra área de tecnologia da informação, sendo bastante comum encontrar programadores trabalhando em grandes empresas e usando suas habilidades para desenvolver jogos em seu tempo livre.
Mas quiçá a forma mais badalada e lucrativa de se tornar profissional no mundo dos videogames em tempos atuais seja pelo cenário de eSports, um fenômeno entre a geração millenial que invadiu espaços na mídia, na cultura pop e até em casas de aposta e que tem servido para reconectar setores de marketing com um sem-número de pessoas.
Entretanto, esse cenário não é algo tão novo assim. Já na década de 1980, havia torneios “embrionários” de competição de videogame que se mostravam precursores do que se tornariam os eSports no futuro. O que se tornou a grande evolução foi a introdução dos jogos de luta, começando por Street Fighter II nos consoles do começo da década de 1990 e nos fliperamas espalhados mundo afora.
(Foto: Pexels)
Hoje os eSports são uma indústria literalmente bilionária, que conta com os mais diversos jogos dos mais distintos gêneros. Na liderança, encontra-se o jogo League of Legends, que tem entre seus jogadores profissionais no Brasil o natural de Jundiaí Gustavo “Sacy” Rossi.
Tal indústria não se limita aos “atletas” do jogo. As ligas de eSports funcionam como verdadeiros eventos esportivos, com empresas gigantes por trás destes empreendimentos. Ainda tratando-se de League of Legends, a criadora e desenvolvedora do jogo, a Riot Games, faz parte do conglomerado chinês Tencent, que possui mais de 100 bilhões de dólares em ativos – mais do que Netflix (US$ 26 bilhões), Uber (US$ 24 bilhões) e Spotify (US$ 6 bilhões) juntos.
Como se pode ver, este é um campo que não só tem aberto espaço para si, mas também para outros ramos. Mais e mais, empresas tradicionais como fabricantes de carros e vendedores de seguros têm olhado para os eSports com interesse. E, para a sorte dos fãs, o mesmo tem acontecido com a sociedade em geral, que tem percebido mais e mais que o jogo nem sempre é “apenas um jogo”, mas sim uma possibilidade de geração de empregos e formação de novas carreiras.