Vinte Mil Pedras no Caminho – A história de um piloto de avião que se tornou morador da Cracolândia é a trajetória de Fabian Nacer, ex-usuário de drogas, narrada pelo jornalista e escritor brasileiro Jorge Tarquini.
A transparência em seu relato é surpreendente. Logo no início, questiona-se: “Até aos 12 ou 13 anos, acreditava no discurso adulto, de que a droga faz mal, vicia. Aos poucos, os amigos bacanas que não passam mal e nem parecem drogados ou viciados me provaram o contrário”. Surge, também, nessa idade, o desejo de não ser excluído do grupo, que lhe era próximo, e usava drogas. Prossegue: “Eu escolhi, por desconhecimento, por curiosidade e por pressão do grupo. E fiquei nela por 22 anos, para sair depois de doze quilos de maconha, dez quilos de cocaína, 20 mil pedras de crack, 250 LSDs, incontáveis chás de lírio e cogumelo, heroína, lança, seis anos de rua e vinte e cinco internações”.
Paralelamente ao uso de drogas, vinha a compulsão por sexo. Procurava desconectar-se de sua existência na Terra e fazer tudo que viesse à sua cabeça, sem censura alguma.
Incrível como ele se assume arrogante e manipulador, principalmente em relação ao pai e à mãe para conseguir o que queria, embora considerasse que não se encaixava no novo casamento dos pais. Um outro problema apontado, ainda que não a culpe, é a mãe fisicamente presente e emocionalmente distante.
Viveu, segundo ele, uma adolescência, a mil por hora, sem medo, sem contenção, sem freio, sem se privar de nada. Cheirar cocaína era a maneira de atravessar o tempo ficando o mais longe possível de si mesmo e um dos grandes enganos: considerar que a pessoa que controla a droga, e não a droga que o controla.
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O uso do crack o faz considerar que conhece o demônio. Sentiu nessa droga algo de espiritual para o mal. Segundo Fabian, a partir do crack “você passa a não ter necessidade de absolutamente nada: o demônio que encarna em você te preenche” e passa a viver duas manias: procurar no chão o que não caiu e ficar preocupado com o que não existe. Acreditava que era vigiado e monitorado por um “Exército Branco”.
Descobriu que carecia lutar contra si mesmo. Ele era o seu maior inimigo. Recaindo na real, afirma: “Dependente químico é um cara que sofre de autopiedade. Só que também é um manipulador, um mentiroso. É inimigo dele mesmo, pois tem um ego completamente destruído, um ego doente”.A partir dessa descoberta, fez o caminho de volta. Segundo Nacer não há outra alternativa.(Foto: www.revelandosentimentos.com.br)
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.
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