Minha mãe tem história de carinho com animais maiores e menores, dentre os quais se incluem aracnídeos inofensivos.
Recordo-me, ainda na infância, dentre outros, de uma galinha que era o xodó dela e preferia, em seu cardápio, em lugar de milho, macarrão à bolonhesa. Sobre gatos e cachorros nem se fala. E incluo a Porcina, uma lebre branca que roía o que encontrava de madeira e couro. O convívio dela com os gatos não era dos melhores, pois detestava miado.
MAIS ARTIGOS DE MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE:
A ESCOLA DE DOM JOAQUIM NO RESIDENCIAL ALMERINDA CHAVES
Mas voltando aos aracnídeos: há algum tempo morava no lustre da sala, aqui de casa, uma aranhinha simpaticíssima. E aí surgiu o dilema: como tirar o pó sem incomodá-la? O pó foi se acumulando a ponto de alterar um pouco o brilho das peças que compõem o lampadário.
Limpar ou não limpar? Eis a questão.
LEIA MAIS:
Foi quando Da. Irene se recordou de como remover uma aranha com sua teia, com o propósito de não prejudicá-la. Aulinha básica para a Áurea Marcelino que nos assessora com paciência incrível: pegar a vassoura de pelo e, vagarosamente, circulá-la em volta do lustre, a fim de que a pequenina viesse com sua teia. Em seguida colocar, com muito jeito, em outro canto da casa. Assunto resolvido: adaptou-se no coberto da máquina de lavar roupa.
A partir do lustre higienizado, no entanto, a mamãe considera que o novo local não é nobre para a artesã e está disposta a trazê-la de volta para o lustre.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social.