As vivências da miserabilidade do ser humano, que é tema de um artigo que recebi, recentemente, postado em blog de Ana Maria Gouveia Moreira, estão expostas em lugares diversos.

O texto comenta sobre o mundo ser um parque de diversões banais e fugazes, que está à disposição de todos nós. A escolha é pessoal e basta não controlarmos a busca do prazer. Se não houver equilíbrio, segundo a autora, estaremos à mercê das drogas, do sexo sem vínculo afetivo, o denominado ‘sexo casual’, dos jogos de azar, da pornografia e de uma infinidade de práticas que ferem os valores éticos, considerados, hoje em dia, ultrapassados.

Há, ainda, outro aspecto que ela aborda: a degradação moral, a violência e a coisificação, onde “o ser humano é visto e considerado um objeto, uma coisa que faz parte da paisagem urbana, jogado em praças, deitado sob marquises e pontes, praças e calçadas ou esmolando em semáforos, enquanto é ignorados pela grande maioria que finge não vê-lo”.

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Um dia desses, uma das pessoas de meu cotidiano, que veio da Bahia para cá, com sonho de melhora, me contava sobre a dor que carrega no peito, já tão magoado por tantos sucedidos, de não ter se despedido da irmã. Moravam a 900 km de distância. A irmã carregava um filho na barriga. O marido estava foragido. Dívida na biqueira. Estabeleceram um prazo. Não tendo como conseguir o valor, desapareceu. No dia e na hora marcados, chutaram a porta. Ela disse que poderiam revistar os três cômodos. Não sabia dele. O tiro foi certeiro no coração e na barriga. Ficou durante oito horas caída na porta da casa, sob o choro da mãe, esvaindo-se em sangue, junto com a criança que habitava suas entranhas.  Não houve velório. Disseram que temiam justiceiros e a colocaram numa vala qualquer.

Penso que a dificuldade em melhorar o mundo está em uma sociedade, com exceções logicamente, de coração rasgado, cujos trapos encobrem os olhos e impedem o passo em direção à solidariedade e à luz.(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

 

 


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