VOTO DE PAPEL: A democracia brasileira de volta ao século 19

voto em papel

É de pasmar, causar espanto e até susto, haver quem proponha o retorno ao voto de papel. A democracia brasileira demonstrou ao mundo a segurança do voto eletrônico, sua confiabilidade e segurança. Observadores internacionais insuspeitos acompanharam várias eleições e voltaram a seus países e aos organismos que os indicaram, elogiando a sistemática tupiniquim.

A ideia de retorno ao passado é uma ideia de jerico. Era com o voto de papel que o coronelismo conseguia a eleição de seus candidatos, pois o analfabeto recebia a cédula pronta e a depositava na urna, sem saber em quem estava votando.

O voto eletrônico foi um avanço. As novas gerações têm uma reconhecida desenvoltura para atuar com a eletrônica. Qualquer criança hoje sabe que com um clique acessa um universo de informações, o que permite a ela ficar conhecendo o mundo e fazer a filtragem que a credencia a se tornar mais capaz de fazer suas escolhas.

Pretender o abandono do que funciona e é imperativo da Quarta Revolução Industrial para voltar às praxes que encobriam falcatruas é um atraso inadmissível. Integra o capítulo do tosco negacionismo que renega a ciência, acredita que a vacina tenha chips, prega que a Terra é plana e que o comunismo está na literatura, na cultura e nas artes.

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A lucidez pátria não pode permitir essa involução. Ao contrário, é hora de se pensar em eleições inteiramente eletrônicas, assim como acontecem nos países mais civilizados e adiantados do planeta. Um Brasil com cerca de trezentos milhões de mobiles já autoriza uma eleição em que cada um vote com aquilo que tem à disposição: celular, tablet, computador pessoal, notebook ou seja o que for. Se Islândia elabora Constituição pela internet, a Estônia tem governo totalmente digital, o Brasil não pode pagar mais um vexame e sequer pensar em voltar ao século 19.

É hora de entrar no século 21. Ainda bem que a lucidez da academia, a Universidade, a mídia e o Judiciário nunca embarcarão nessa jangada rudimentar, atestado manifesto do obscurantismo que ainda existe em certos nichos tupiniquins.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

JOSÉ RENATO NALINI

Desembargador aposentado, reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Presidente da Academia Paulista de Letras.

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