Começou a funcionar nesta semana a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de 8 de janeiro, mas o Xandão já está mais de quatro meses na frente dela. Como se sabe uma CPI não tem poder de decidir quem é criminoso e quem não é, o que foi feito e o que não foi. Assuntos que a Comissão apura como sendo ações fora do contexto, são encaminhados ao Ministério Público Federal para eventual apuração e, em seguida, encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) para definição e abertura de processo.
Neste caso específico, o Xandão a quem me refiro aqui e é do conhecimento de todos, é o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, responsável pela apuração e prisão de suspeitos nas ações desenvolvidas por terroristas da extrema direita brasileira no dia 8 de janeiro deste ano.
Aos fatos ocorridos naquela data, vale lembrar, tinham como objetivo provocar um golpe no País e determinar a volta de Jair Bolsonaro ao poder. A ação da Polícia Federal e do Governo impediu a concretização dos fatos e acabou com prisão de mais de mil marginais e muitos deles já julgados e condenados pelo Supremo, de acordo com as apurações desenvolvidas pelo Ministério Público Federal e de Alexandre de Moraes.
A ideia de se criar tal CPI vinha sendo rejeitada pelo atual Governo, já que os fatos estavam sendo apurados pelo Supremo, que também foi vítima dos terroristas que invadiram os palácios dos Três Poderes em Brasília.
Ora, se o Supremo, via Alexandre de Moraes, já está trabalhando no caso, apurando fatos e tomando decisões não existiria necessidade de se criar tal CPI. Mas como grande parte dos congressistas, eleitos em outubro último, pertencem à extrema direita, a criação de tal CPI pode ter, segundo eles, eventos divergentes dos apurados pelo STF.
Recentemente o Senado criou a CPI da Covid, ouviu-se uma infinidade de pessoas, atrapalhou a ação do Congresso com relação à aprovação de projetos e ninguém foi preso ou condenado por isso, aliás, teve até suspeitos e investigados que acabaram sendo eleitos pelos que acreditam em Papai Noel.
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DISCURSO DE ÓDIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O trabalho de uma CPI agora, com menos de seis meses de trabalho do atual governo, só serve para atrapalhar aprovações de projetos de lei ou Medidas Provisórias para fazer o País andar. O que ela vai ouvir, parece, o Xandão já apurou e já determinou ações. O que deputados e senadores vão ouvir não será novidade.
Vale lembrar que citei aqui Xandão antes do nome do ministro, porque as redes sociais e, inclusive, a imprensa, já deram este nome a Alexandre de Moraes graças ao seu brilhante trabalho dentro do STF e do TSE. Aliás, o TSE ganhou novos ministros na semana que passou e já está no calcanhar de Jair Bolsonaro, que deve ser condenado e considerado inelegível. E o Brasil vai “caminhando e cantando”…(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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