Em 1979, o jundiaiense Édson Luiz Campos(foto) – hoje presidente da União das Sociedades Espíritas(USE) – teve um breve encontro com o médium Chico Xavier. Foi no Centro Espírita União, no Jabaquara, em São Paulo. As visitas de Chico ao centro ocorriam com certa frequência. Assim como as filas de pessoas que queriam conhecer o médium quando ele estava no local. Édson conseguiu um autógrafo para um livro de bolso que tinha na época. Francisco Cândido Xavier morreu em 30 de junho de 2002, no mesmo dia em que a seleção brasileira ganhava o penta, na Copa do Mundo do Japão-Coreia. Aliás, ele adiantou que desencarnaria num dia em que os brasileiros estivessem muito felizes. Hoje, o advogado Édson tem 68 anos e preside a União das Sociedades Espíritas(USE). Para o Jundiaí Agora, ele relembrou o encontro com Chico e falou sobre a importância dele:
Desde quando é espírita e quando assumiu a presidência da USE?
Sou espírita desde 1973. Estou na presidência da União das Sociedades Espíritas desde abril do ano passado…
Como foi o encontro com Chico Xavier? O senhor foi a Uberaba, onde ele morava
Nunca fui a Uberaba. Encontro foi em 1979, no Centro Espírita União, no bairro Jabaquara, em São Paulo. Eu estava com outras quatro pessoas. Chico visitava este local todos os anos. Atendia a imprensa e depois recebia o público. Não para psicografar mas para cumprimentar, tirar fotos. Alguns visitantes entregavam flores ao médium. Ele também autografava livros. Era uma sexta-feira e chegamos por volta das 17 horas. O prédio daquele centro espírita tem três andares. Subimos as escadas e passamos a noite e madrugada na longa fila. Chico só iria conversar com o público no dia seguinte. Queríamos cumprimentá-lo, agradecê-los e, quem sabe, receber uma rosa dele. Na minha vez, ele autografou um livro de bolso que eu tinha. Não tirei foto com ele. Lembro sempre da sensação, do ambiente. A fila seguia em direção ao salão de palestras públicas. Chico estava lá no fundo. Em pé atendia pacientemente cada uma das pessoas. O clima era muito gostoso. Só quem estava ali sentiu o que chamamos de ‘atmosfera fluídica’. Uma sensação muito boa, leve, de paz, harmonia. Parecia que estávamos quase flutuando tamanha a irradiação de Chico e a presença de espíritos amigos presentes, principalmente o Emmanuel, mentor dele. Foi uma grande satisfação ver o homem que pregava o amor, a paz. Essa foi a única vez que vi Chico pessoalmente…
Os espíritas costumam dizer que Chico Xavier foi o maior médium que já existiu. O senhor concorda?
Não posso afirmar categoricamente. Mas, com certeza, foi um dos maiores. De fato, a missão dele foi marcante e singular. Se dedicou ao amor ao próximo. Ele pensava primeiro no outro. Estava à frente do nosso tempo.
Há uma explicação para tamanha mediunidade e exemplo de vida já que ele doou tudo que foi arrecadado com vendas de livros e realizava várias atividades assistenciais, além dos sofrimentos físicos que teve a vida toda?
Desde os cinco anos, já órfão de mãe, Chico via espíritos, já tinha contato com a espiritualidade. Foi uma missão que ele abraçou antes de reencarnar na Terra para exercer esta tarefa. Não só recebeu livros ditados. Ele doou os direitos autorais destas obras, o que é um princípio da doutrina espírita: “Dá de graça o que de graça você recebeu”. Não foi o Chico quem escreveu. Ele era um intermediário. Foi um instrumento. Vários espíritos foram os autores intelectuais como Emmanuel, André Luis, Bezerra de Menezes e tantos outros. Na sua consciência ética e espírita, não se achava detentor da obra – e de fato não era. Por isto fazia a doação. O dinheiro arrecadado era destinado à divulgação da doutrina, obras assistenciais e atendimento ao público. Também atendeu a população carente em Uberaba, Pedro Leopoldo e onde passava. Os filmes sobre a vida dele mostram resumidamente isto. Ele estava à nossa frente.
Chico Xavier faz falta nos dias atuais?
Todo homem de bem, que prega o amor, a paz, que consola, que atende, que recebe, acolhe, que prega o respeito em as religiões, a caridade, faz falta. Não só ele. Jesus faz falta. Gandhi faz falta, como a madre Teresa de Calcutá, a irmã Dulce. São pessoas singulares que marcaram a época em que viveram em prol do bem comum e da paz, que é o que todos ansiamos. Paz social, em casa, na vizinhança, na cidade, no Estado, no país e no planeta. Silenciosamente, sem alarde, estas pessoas é que fazem a diferença. São humildes, honestas. Chico seguia o mandamento de Jesus: “não saiba a vossa mão direita o que faz a esquerda”. Agia silenciosamente para bem dos outros. Uma pessoa com este perfil, com esta característica, com esta missão, faz falta. Com ele não é diferente. Mas, Deus é tão bondoso, tão justo, que está sempre mandando outros missionários para nós. São pessoas que realizam tarefas similares, sempre na direção do bem do próximo.
VEJA TAMBÉM
LEIA MAIS SOBRE CHICO XAVIER CLICANDO AQUI
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES