O vereador Paulo Sérgio Martins conseguiu o que vinha tentando desde 2017: revogar o título de cidadão jundiaiense concedido ao então deputado federal José Genoíno em 2001. E ele avisa que esta foi uma demanda de eleitores. “A gente tem de atender pedidos. E se houver outros condenados que receberam títulos da Câmara, vou apresentar projetos para revogar as honrarias deles também”, adianta. A decisão dos parlamentares – que causou a indignação dos militantes do PT – agora segue para sanção do prefeito Luiz Fernando Machado.
Naquela época, o vereador Mauro Menuchi, que era do PT, fez a homenagem a Genoíno. A esquerda e o Partido dos Trabalhadores estavam em alta. Menuchi se tornou deputado estadual e depois saiu do partido. A presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment e o ex-presidente Lula foi preso. Estes fatos culminaram com a guinada dos eleitores na eleição de 2018, com a vitória de Jair Bolsonaro, representante da direita.
“Eu achei correto este pedido dos eleitores. Na época, ele(Genoíno) cometeu crime de formação e bando e quadrilha. Hoje, este delito tem o nome de ‘associação criminosa’ e também corrupção ativa. Não é nada pessoal nem partidário. Se eu receber outros pedidos parecidos, apontando condenados em até segunda instância com títulos dados pela Câmara, farei o mesmo”, concluiu o vereador.
‘Estímulo ao revanchismo’ – O Partido dos Trabalhadores divulgou nota na qual deixou clara a indignação dos militantes com o projeto. Pelas redes sociais, antes da votação, os militantes atacaram o vereador Paulo Sérgio Martins. O Jundiaí Agora ouvira o candidato a prefeito pelo partido, Paulo Malerba, antes da votação. Ele afirmou que a proposta seria ‘falta de assunto mais importante para o vereador”. A nota da legenda:
Embora indignados e indignadas, não nos causa surpresa a atitude do autor do projeto. Trata-se de um vereador que, de forma contumaz, deprecia as regras da convivência democrática e o respeito aos adversários políticos.
Como se não houvesse problemas atuais para ser objeto de atenção do vereador, ele retorna quase 20 anos no tempo para atacar o legado de uma pessoa homenageada em nossa cidade. À época da concessão do título, a unanimidade dos vereadores entendeu ser uma homenagem justa. As honrarias, todas elas, inserem-se em um contexto, que merece consideração.
Ao revogar o título, apenas se estimula um sentimento de revanchismo, de querer tripudiar sobre um suposto adversário. Faz-se isso por julgar-se em posição de superioridade no momento, abrindo-se precedentes para que toda e qualquer homenagem da Casa seja motivo de disputa futura, extemporânea, que despreza a história e seus contextos. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (06/05/13)
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