À medida que a idade avança e a nossa vida flui vamos, lenta e progressivamente, revendo muitos dos nossos conceitos e aprendendo a valorizar coisas às quais nem sempre demos muita atenção. Reavaliamos as nossas necessidades, sobretudo as materiais, e passamos a apreciar aquilo que julgávamos supérfluo ou pouco relevante. Para que isto ocorra não precisamos estar em uma faixa etária avançada, dessas que tem prevalência nas vacinas. Basta que tenhamos suficiente atenção às nossas relações diárias, as pessoas com quem convivemos e que nos cercam, amigos, colegas e família, para entender o que estamos fazendo e se é o que queremos realmente fazer.
Não estamos, aqui, invadindo o campo da autoajuda, nem temos pretensões e competência para fazê-lo, estamos apenas olhando um pouco para nós mesmos e pensando se esta é a vida que gostaríamos de ter, mesmo diante de todas as adversidades que muitas vezes nos obrigam a viver o possível. Observo, apenas, que muitas vezes temos opções e preferimos sucumbir à rotina ou o aparente conforto para destemidamente mudarmos alguma coisa.
Pessoas responsáveis e zelosas sempre têm muitos compromissos e prioridades, da família à sobrevivência, das obrigações às dependências, mas nem sempre colocam em suas agendas um espaço no qual são elas as protagonistas. Isto não é necessariamente egoísmo, mas uma forma de sentir-se bem e fazer aquilo que tem valor para cada um de nós.
Do meu ponto de vista uma das formas mais consistentes de usar o seu tempo é aquele que você passa com os seus amigos e familiares. Nós sempre podemos ter uma medida muito consistente de quem somos e, para isto, basta contar quantos amigos temos, quantos amigos fizemos. Como é nossa convivência com eles. Nem sempre os vemos com frequência, mas sabemos que estão lá. São estas pessoas que nas nossas inevitáveis horas de angústia e tristeza aparecem “do nada” e ficam ao nosso lado, às vezes absolutamente silenciosos, pois a sua simples presença basta e nos conforta.
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Dizem que se você tiver bons amigos em número suficiente para contar nos dedos de uma mão isto será suficiente para deixá-lo feliz. Para minha alegria constato que tenho muitos amigos, talvez mais do que merecesse, para encher muitas mãos. Assim, é possível participar de inúmeras ações sabendo que contamos com suportes e compreensões que permitem seguir além daquilo que se poderia fazer sozinho e, muitas vezes, nos ajudam a aceitar aquilo que não podemos controlar. Agradeço a cada um deles por serem meus amigos.
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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