Mais ENSINO TÉCNICO

técnico

Parece repetitivo, aqui neste espaço, falar da importância do ensino técnico de nível médio como mecanismo de ascensão social em nosso país. Já me referi a inúmeras pesquisas e estudos que demonstram que isto pode ocorrer no Brasil como acontece nos países desenvolvidos. Os egressos do ensino médio/técnico em nosso é de apenas 9% do alunado enquanto nos países da OCDE, integrado pelos países ricos, é de 38%.

Temos, nessas terras tupiniquins, muitos preconceitos sobre a formação profissional. Parece que nossos jovens aspiram, permanentemente, ao ensino superior, quando o mundo do trabalho nos acena, o tempo todo, sobre a necessidade de formarmos mais técnicos e menos propedeutas. Aos egressos do ensino médio, sem formação profissional, só resta a Universidade, pois o mundo produtivo não se interessa pelo que você sabe, mas o que você sabe fazer. Ou seja, ou o ensino superior, independente de sua qualidade ou perspectivas de empregabilidade, ou o subemprego de baixa remuneração.

Os nossos jovens já sabem disso. Pesquisa recente da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho indicam que dois terços dos egressos do ensino fundamental (9º ano) prefeririam cursar um ensino médio + técnico se esta oportunidade lhes fosse oferecida. Mas insistimos em concentrar esta oferta no sistema ‘S‘ e, no estado de São Paulo, no Centro Paula Souza, ignorando a “expertise” de considerável número de escolas técnicas que poderiam ampliar consideravelmente esta oferta se houvessem políticas públicas efetivas para isso.

Neste sentido não podemos repetir os erros do recente e pouco efetivo Pronatec que ofereceu recursos a instituições nem sempre preparadas para o propósito de termos mais cursos técnicos, como muitas instituições de ensino superior, que venderam a imagem de que professores altamente qualificados, com muitos títulos acadêmicos, seriam melhores para formar pessoas em outro nível de ensino. Seria como uma auto-escola que anunciasse que seus instrutores são pilotos de stock car ou de fórmula um. Será que os alunos dessa formadora de condutores estariam sendo melhor preparados?

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Apenas para ficarmos em Jundiaí, temos aqui um bom número de escolas com histórico, experiência e competência para formar uma quantidade considerável de jovens aptos para o trabalho e para a continuidade de estudos. Sim, as duas possibilidades coexistem. Há dados suficientes para comprovar que o egresso de um curso médio/técnico acessa facilmente o ensino superior, assim como tem ótimos resultados escolares neste nível de ensino.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo realizou ações neste sentido no final de 2010 comprando vagas de instituições de ensino profissional com resultados significativos. Mudanças políticas e troca de nomes alteraram o programa que não prosseguiu embora seus resultados fossem auspiciosos a custos bem razoáveis. Assim, soluções simples, baratas e imediatas existem. Faltam informações e, sobretudo, vontade.(Foto: Studio Formatura/Galois – Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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