“Na estrada da vida não há retorno”. Com certeza você já deve ter lido essa frase em algum para-choque de caminhão carregado de frutas ou materiais de construção em circulação pelas ruas. E apesar da simplicidade dos termos usados, seu significado é profundo e nos remete ao tempo que segue e não pode voltar, a não ser na nossa lembrança. Esse tipo de reflexão me persegue todo final e início de ano, quando percebemos mais concretamente que o tempo corre como se estivesse numa maratona e essa ligeireza dos ponteiros do relógio avança mais e mais quando vamos ficando mais velhos.
Começamos o ano de ressaca, afinal não foi e nem está sendo fácil digerir pandemia, guerra, polarização política, incertezas econômicas e muita fake news. Mesmo assim conseguimos sobreviver e iniciar mais um ciclo de vida. E todo novo ciclo nos enche de expectativas por novos desafios e conquistas pelos próximos 365 dias. Entretanto, o tempo anda tão acelerado, que nem bem guardei as taças que utilizamos para brindar 2023 e já estamos na metade do mês de janeiro! Nem consegui digerir ainda o panetone que comprei na promoção (dois pelo preço de um) e já estou lendo matérias sobre o Carnaval!
Os dias estão passando tão rápido que quando percebemos já estamos finalizando mais um ano e muitos dos nossos planos nem tiveram a chance de sair do campo das ideias. Por que será que o tempo corre tanto? Ou somos nós que corremos? Queria voltar ao tempo de criança, quando os dias eram intermináveis, as semanas e meses pareciam séculos. Eu queria essa mesma lentidão de outrora, mas hoje as horas insistem em ser ligeiras e quando percebemos o próximo minuto já é passado.
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O poeta Mário Quintana foi perfeito em seu poema “O Tempo”, ao nos confrontar com nossa própria finitude. Diz o poema em seus primeiros versos: “Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é sexta-feira… Quando se vê, passaram 60 anos!”. Quem ainda não entendeu que estamos nessa vida apenas de passagem, e que essa passagem é tão rápida quanto um piscar de olho, vive numa realidade paralela. A vida nos mostra a todo instante que devemos aproveitar muito nosso tempo , pois o caminho é de mão única, sempre em frente, na velocidade dos nossos passos e ações. O retorno só existe nas placas de trânsito.(Foto: Samer Daboul)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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