Pra que serve a EJA

eja

Recentemente escrevi um artigo criticando as políticas e as regulações sobre a educação a distância – EaD, pois parece que vivemos em um país onde todos têm acesso a uma educação de boa qualidade na idade própria e não se justificam os programas de recuperação das aprendizagens e consequentemente da escolaridade. Os programas que atendem o imenso contingente de jovens e adultos que não se enquadram nessa utopia são denominados de EJA.

Entretanto tanto nosso Ministério da Educação como os Conselhos de Educação e demais órgãos reguladores encontraram a solução para tirar a educação brasileira do seu estágio atual que nos coloca nos últimos lugares nas avaliações internacionais. Para todos os níveis e modalidades de ensino de ensino é só aumentar a quantidade de aulas presenciais. Como se assim todas as deficiências desde a formação de professores até as ultrapassadas metodologias que estamos utilizando passassem a funcionar adequadamente. Tentando combater o EaD acertam em cheio no EJA. Além disso, não há evidências efetivas de que a simples presencialidade desacompanhada de metodologias e tecnologias diferenciadas produza melhora significativa nos processos de aprendizagem.

Se no chamado ensino regular, aquele oferecido aos estudantes na idade própria, o aumento das cargas horárias não representam ganho significativo de produtividade ou de aprendizagem, o que dizer das recuperações de escolaridade oferecidos através dos programas de jovens e adultos. O que afasta os estudantes da escola é, justamente, as cansativas e nada pedagógicas aulas diárias em locais e horários específicos incompatíveis com as expectativas, disponibilidades e necessidades dos aprendentes. O lançamento de programas de remuneração para os alunos continuarem na escola é a confissão estampada de que a escola não é nem um pouco atrativa.

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Para os que precisam da EJA uma escola que os atenda deve utilizar uma proposta pedagógica híbrida adequando os multimeios existentes às disponibilidades dos alunos. Foi graças a essas propostas que nas últimas décadas milhares de estudantes concluíram os ensinos fundamental e médio e ingressara no ensino superior, como demonstram as estatísticas recentes sobre o enorme salto no número de pessoas com ensino superior no Brasil. Se regular de forma inadequada a Educação a Distância já é incompreensível que se poderia dizer do enorme prejuízo àqueles que perderam a escolaridade da idade certa e que buscam recuperar o tempo perdido conciliando todas as suas dificuldades com o tempo necessário para estudar.

Mais uma vez, com absoluta insensibilidade, os órgãos reguladores da educação nacional insistem em prejudicar uma parcela considerável de brasileiros que ainda sonham com um futuro melhor através dos estudos.(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

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